O ex-ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Bruno Bianco, afirmou nesta quinta-feira (29 de maio) que o ex-presidente Jair Bolsonaro perguntou a ele se havia algum problema jurídico que pudesse ser usado para questionar o resultado das eleições de 2022. A declaração foi feita durante depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), onde Bianco foi ouvido como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, investigado por suposta participação em um plano golpista.

Foto: Júlio Nascimento/PR
Reunião com comandantes das Forças Armadas
Bianco confirmou que a reunião ocorreu após o segundo turno das eleições, com a presença dos comandantes das Forças Armadas e do então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Segundo ele, Bolsonaro perguntou se havia alguma irregularidade jurídica que pudesse ser contestada, mas Bianco respondeu que não havia problemas legais e que o pleito ocorreu de forma transparente.
Na semana passada, os ex-comandantes do Exército e da Marinha, general Freire Gomes e brigadeiro Batista Júnior, também confirmaram que Bolsonaro e Nogueira discutiram com os chefes militares a chamada minuta do golpe, um documento que sugeria medidas para reverter o resultado das eleições.
Denúncia da PGR contra Bolsonaro e aliados
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao STF, em 26 de março, uma denúncia contra Bolsonaro e mais 33 pessoas, acusando-os de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Segundo a PGR, a organização tinha como líderes Bolsonaro e seu então candidato a vice-presidente, Braga Netto, e tentou impedir, de forma coordenada, que o resultado das eleições presidenciais fosse cumprido.
A investigação segue em andamento, e o STF deve analisar as acusações contra os envolvidos nos próximos meses.
Com informações do G1.