A 20ª edição da Virada Cultural de São Paulo, realizada neste fim de semana, mostrou fôlego ao reunir 4,7 milhões de pessoas em 21 palcos espalhados entre o Centro e as periferias da cidade. Com shows que contemplaram diferentes estilos musicais — do funk ao jazz, passando pelo dancehall, K-pop e aparelhagem paraense — o evento acertou na diversidade artística e na retomada da cultura das festas de rua, mas tropeçou em pontos cruciais de infraestrutura.

Foto: João de Mari / g1
A curadoria teve destaques como o baile do Submundo808, o sucesso da festa latina Súbete!, e a celebração da música paraense com a aparelhagem Tudão Crocodilo no Vale do Anhangabaú. A programação voltada ao K-pop também atraiu um público jovem e entusiasmado ao Centro Cultural Oswald de Andrade. A sensação de segurança melhorou em relação a edições anteriores, com reforço no policiamento e iluminação, e apenas 17 ocorrências registradas pela GCM até a manhã de domingo.
Em contrapartida, os problemas estruturais foram numerosos. O esquema de entrada único no Anhangabaú gerou filas e confusão, enquanto bares ficaram sem bebidas antes mesmo do show de João Gomes. Telões pequenos, mal posicionados e com atraso comprometeram a experiência de quem acompanhava os shows à distância. A falta de caixas de som também prejudicou apresentações como a de Liniker, que se apresentava para cerca de 120 mil pessoas no domingo.
As festas de rua, um dos grandes sucessos da edição, foram colocadas em locais de difícil circulação, como a estreita Rua XV de Novembro. O resultado foi superlotação, com pessoas escalando estruturas para conseguir enxergar os artistas — o que levou a pedidos de desculpas nas redes sociais por parte de organizadores como o coletivo FreshDanceHall.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo classificou a edição como “a maior da história” e citou uma pesquisa Datafolha que aponta 99% de aprovação do público. Ainda assim, as críticas quanto à logística, sonorização e visibilidade revelam que há espaço para melhorias nas próximas edições.
Com informações do G1.