Na tarde desta quarta-feira (5), uma tragédia abalou Salvador. Uma turista de 23 anos morreu após o desabamento de parte do teto da famosa Igreja de São Francisco de Assis, no Centro Histórico, também conhecida como “igreja de ouro”. O Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA) confirmou o incidente, que deixou ainda outras seis pessoas feridas.
Igreja de São Francisco antes e depois do desabamento. Foto: Reprodução
O acidente ocorreu por volta das 14h30, no templo da Ordem Primeira de São Francisco. Testemunhas capturaram imagens do local minutos após o desabamento, mostrando o espaço destinado aos fiéis completamente coberto por destroços, principalmente madeira do telhado. “Todo o espaço central da igreja cedeu. Possivelmente, alguma parte dessa cobertura se rompeu e, com o peso, a madeira veio abaixo”, explicou Sósthenes Macedo, coordenador da Defesa Civil de Salvador.
A vítima fatal era uma turista do estado de São Paulo. Embora sua identidade ainda não tenha sido divulgada, sua trágica morte lança luz sobre os problemas estruturais que a igreja enfrenta há anos.
Seis outras pessoas ficaram feridas, todas com ferimentos leves, e estão recebendo atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Equipes da Polícia Civil e da Polícia Militar isolaram a área enquanto os bombeiros continuam no local. Até as 16h10, o corpo da turista ainda não havia sido retirado, mas nenhuma outra vítima foi encontrada.
A igreja, considerada uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no mundo, já enfrentava problemas estruturais há anos. Com seu interior revestido em ouro, o templo do século 18 é tombado como patrimônio material do Brasil. No entanto, o reconhecimento federal não impediu que sua condição se deteriorasse.
Durante uma visita em 2023, observou-se que a igreja apresentava pinturas e teto desgastados, pilastras sem reboco e piso desnivelado, dificultando a locomoção de pessoas com mobilidade reduzida. Parte do teto já estava escorada com ripas de madeira. Um dos pátios foi parcialmente fechado devido ao risco de queda de uma estrutura de metal, que precisou ser removida.