O desemprego no Brasil atingiu 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2025, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, que teve uma taxa de 6,1%, marca uma reversão da tendência de queda registrada nos meses anteriores, mas ainda assim, a taxa é significativamente inferior ao patamar observado no mesmo período do ano passado.

Foto: Agência Brasil
Embora o número de desempregados tenha crescido, o rendimento médio dos trabalhadores no país atingiu o valor recorde de R$ 3.378, superando os índices anteriores da série histórica. Além disso, o número de trabalhadores com carteira assinada também atingiu um marco, totalizando 39,6 milhões de pessoas.
Aumento no desemprego e crescimento do rendimento
A população desocupada aumentou 10,4% em relação ao trimestre anterior, somando 7,5 milhões de pessoas. No entanto, esse número é 12,5% inferior ao observado no mesmo período de 2024. A coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, explicou que esse aumento segue um padrão sazonal, refletindo uma tendência de expansão na busca por trabalho nos primeiros meses do ano.
Por outro lado, a população ocupada no Brasil ficou em 102,7 milhões de pessoas, o que representa uma queda de 1,2% em comparação com o trimestre anterior. Contudo, esse número é 2,4% maior do que o registrado no mesmo período de 2024.
O número de empregados com carteira assinada no setor privado também alcançou um recorde, somando 39,6 milhões, com um crescimento de 1,1% no trimestre e 4,1% no comparativo anual. Por outro lado, a quantidade de trabalhadores sem carteira assinada caiu 6,0% no trimestre, embora tenha se mantido estável em relação ao ano passado.
Informalidade e salários
O nível de informalidade no mercado de trabalho brasileiro teve uma leve queda, com 38,1% da população ocupada sendo informal, o que representa 39,1 milhões de trabalhadores. Este percentual é inferior ao registrado nos trimestres anteriores, quando a taxa de informalidade foi de 38,7%.
Com relação ao rendimento, os trabalhadores brasileiros receberam, em média, R$ 3.378 no trimestre finalizado em fevereiro. Este valor representa um aumento de 1,3% em comparação ao trimestre anterior e de 3,6% em relação ao mesmo período de 2024, descontando os efeitos da inflação.
O crescimento dos rendimentos foi impulsionado por aumentos nos setores de Indústria, Administração Pública, Educação e Saúde, além de um crescimento no segmento de serviços domésticos. A redução da informalidade em algumas áreas contribuiu para o aumento dos rendimentos, refletindo uma maior formalização no mercado de trabalho.
Subutilização da força de trabalho
A força de trabalho do Brasil, que inclui tanto os empregados quanto os desocupados que estão à procura de emprego, totalizou 110,2 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro. Contudo, o Brasil ainda conta com uma população significativa fora da força de trabalho, que somou 66,9 milhões de pessoas. Além disso, 18,3 milhões de brasileiros estão subutilizados, ou seja, estão desocupados ou não trabalham todas as horas que poderiam, o que representa uma queda em relação ao mesmo período de 2024.
A pesquisa também registrou um número constante de pessoas desalentadas, que somam 2,9 milhões, indicando que esse grupo não busca mais ativamente por emprego, muitas vezes devido à falta de qualificações ou pela crença de que não conseguirão encontrar trabalho.
Apesar do aumento da taxa de desemprego, os dados indicam uma recuperação significativa em outros aspectos do mercado de trabalho, com recordes tanto no número de trabalhadores com carteira assinada quanto no rendimento médio, o que pode ser interpretado como sinais positivos para a economia brasileira, embora ainda haja desafios pela frente.
Com informações do G1.