A taxa de desemprego no Brasil atingiu 6,5% no trimestre encerrado em janeiro, segundo dados da PNAD Contínua, divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (27). O índice representa um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (6,2%), mas ainda é o menor já registrado para esse período desde o início da série histórica, em 2012.

Foto: Gilson Abreu/AEN
Atualmente, 7,2 milhões de brasileiros estão sem emprego, um crescimento de 5,3% na comparação com o trimestre anterior. No entanto, em relação ao mesmo período de 2024, houve uma queda de 13,1%, representando 1,1 milhão de desempregados a menos.
Oscilações Sazonais e Fatores Conjunturais
O aumento no desemprego pode ser explicado por demissões típicas do início do ano, especialmente de trabalhadores temporários contratados no final de 2024 para atender a demanda sazonal. Segundo o analista do IBGE William Araujo Kratochwill, a alta não indica, necessariamente, uma reversão na tendência de queda da taxa de desemprego no país.
Além disso, o setor público registrou uma redução no número de empregados, especialmente nas áreas de saúde e educação, devido à troca de administrações municipais em 2025.
Mercado de Trabalho e Informalidade
A população ocupada no Brasil totalizou 103 milhões de pessoas, uma queda de 0,6% no trimestre, mas um aumento de 2,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Dentre esses trabalhadores:
- Empregados com carteira assinada: 39,3 milhões, estável em relação ao trimestre anterior e com alta de 3,6% no ano.
- Empregados sem carteira assinada: 13,9 milhões, queda no trimestre, mas crescimento de 3,2% no ano.
- Trabalhadores por conta própria: 25,8 milhões, mantendo-se estável nas duas comparações.
- Trabalhadores informais: 39,5 milhões, com taxa de informalidade de 38,3%, levemente inferior à do ano anterior (39%).
- Setor público: 12,5 milhões de empregados, queda de 2,8% no trimestre e alta de 2,9% no ano.
Força de Trabalho e Subutilização
A população dentro da força de trabalho no Brasil atingiu 110,2 milhões, enquanto 66,8 milhões de brasileiros estão fora desse grupo, um aumento de 1% no trimestre.
O IBGE estima que 18,1 milhões de pessoas estão subutilizadas, ou seja, poderiam estar trabalhando, mas enfrentam dificuldades como desemprego, subocupação ou falta de oportunidades. Já a população desalentada, formada por aqueles que desistiram de procurar emprego, chegou a 3,2 milhões, aumento de 4,8% no trimestre, mas queda de 10,9% no ano.
Rendimento e Massa Salarial em Alta
O rendimento médio real dos trabalhadores subiu para R$ 3.343, um crescimento de 1,4% no trimestre e 3,7% no ano, atingindo o maior valor da série histórica. Já a massa de rendimentos foi estimada em R$ 339,5 bilhões, o que representa estabilidade no trimestre e um aumento de 6,2% no ano.
Perspectivas
Apesar do leve aumento na taxa de desemprego, a tendência de recuperação do mercado de trabalho segue firme, impulsionada pelo crescimento da ocupação e pela alta nos rendimentos. O cenário, no entanto, depende de fatores econômicos e da capacidade de absorção de novos trabalhadores ao longo do ano.
Com informações do G1.