O governo de São Paulo, liderado pelo governador Tarcísio de Freitas, realiza nesta sexta-feira (28) o leilão de concessão de três importantes linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). As linhas 11-Coral, 12-Safira, 13-Jade e a operação do Expresso Aeroporto estão sendo entregues à iniciativa privada no chamado Lote Alto Tietê. O objetivo da concessão é modernizar e expandir o transporte público ferroviário na região metropolitana.
Foto: Pablo Jacob/GESP
Investimentos e expectativas
A concessão tem um valor estimado de R$ 14,3 bilhões em investimentos pela empresa vencedora ao longo de 25 anos, com um aporte adicional de R$ 10 bilhões pelo governo estadual para a modernização das linhas, como reformas de estações, melhoria de sinalização e expansão da rede. Ao todo, mais de 830 mil pessoas são transportadas diariamente pelas três linhas, e o governo espera aumentar esse número para 1,3 milhão de passageiros após as melhorias previstas.
As obras incluem a construção de 10 novas estações, reformas em 24 estações existentes e a eliminação de passagens em nível, com substituições por viadutos e passarelas para garantir maior segurança e fluidez no transporte. As linhas também passarão por ampliação para aumentar a capacidade de transporte de passageiros.
Concorrentes no leilão
Dois grupos estão competindo pela concessão: o Grupo CCR, que já opera quatro linhas de trem e metrô em São Paulo, e o Grupo Comporte, que recentemente venceu o leilão para a construção do Trem Intercidades que ligará São Paulo a Campinas. A CCR, que inclui a ViaMobilidade, tem enfrentado problemas operacionais nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, que foram privatizadas em 2022, o que gerou críticas sobre a qualidade dos serviços prestados.
Críticas à privatização e crise nas linhas 8 e 9
A oposição ao governo Tarcísio de Freitas critica a concessão das novas linhas sem que os problemas das linhas já privatizadas sejam resolvidos. As falhas nas linhas 8 e 9, operadas pela ViaMobilidade, resultaram em investigações do Ministério Público de São Paulo e multas de mais de R$ 40 milhões. Para as novas concessões, o governo paulista afirma ter melhorado os mecanismos de regulação e transição para evitar os mesmos problemas.
O que está em jogo
Além da modernização e ampliação das linhas, o leilão visa melhorar a qualidade do transporte público e reduzir os intervalos de partidas, ampliando a capacidade e eficiência do sistema. Por exemplo, o intervalo de viagens da linha 11-Coral será reduzido para 3 minutos entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Suzano, e a linha 12-Safira terá seu intervalo diminuído de 5 para 3 minutos.
Próximos p1assos
A negociação do leilão das linhas 11, 12, 13 e Expresso Aeroporto está sendo conduzida na B3, e a empresa vencedora será responsável pela operação, manutenção e administração dessas linhas por 25 anos, com um contrato de transição que durará dois anos.
Este leilão marca um passo importante no processo de modernização do transporte público de São Paulo, mas também gera debates sobre os impactos da privatização no serviço oferecido à população.
Com informações do G1.