O Ministério da Defesa da Síria anunciou nesta segunda-feira (10) o fim das operações militares contra apoiadores do ex-ditador Bashar al-Assad, deposto em dezembro de 2024. A ofensiva, que durou quatro dias, resultou em mais de 1.000 mortes, a maioria de civis, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Foto: REUTERS/Khalil Ashawi
Os confrontos começaram na última quinta-feira (6), quando forças leais a Assad atacaram a segurança na região de Latakia, berço da minoria alauíta, à qual pertence o ex-ditador. O novo governo sírio, liderado por Ahmad al-Sharaa, reprimiu a insurgência, mas foi acusado de promover uma “limpeza étnica sistemática” contra a comunidade alauíta.
De acordo com o OSDH, 745 civis, incluindo mulheres e crianças, foram mortos, além de 125 membros das forças de segurança e 148 combatentes pró-Assad. A Federação de Alauítas na Europa denunciou execuções sumárias e o descarte de corpos no mar, pedindo intervenção internacional.
Ahmad al-Sharaa, atual presidente e ex-líder do grupo rebelde Hayat Tahrir al Sham, prometeu investigar os massacres e punir os responsáveis. Ele também acusou remanescentes do regime de Assad de tentar desestabilizar o país e incitar uma nova guerra civil.
A comunidade internacional condenou os massacres. O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu o fim imediato das mortes de civis, enquanto países como Alemanha e Reino Unido instaram o governo sírio a proteger todas as comunidades.
O episódio ressalta os desafios do novo governo em estabilizar a Síria após mais de 13 anos de guerra civil, com tensões étnicas e políticas ainda latentes.
Com informações do G1.