A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (10) a Operação Copia e Cola, que investiga o desvio de recursos públicos na área da saúde, envolvendo uma Organização Social (OS). A ação passou por 13 cidades de São Paulo e também pela Bahia, incluindo endereços ligados ao prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos).

Foto: Divulgação.
Durante a operação, foram apreendidos cerca de R$ 863 mil em dinheiro vivo guardados em caixas de papelão, seis armas de calibre longo, 11 pistolas, diversas munições e carros de luxo — incluindo uma Porsche e uma BMW — na casa de Marco Silva Mott, apontado como lobista e suspeito de lavar dinheiro em contratos da prefeitura.
Os valores em espécie foram encontrados em imóveis ligados a Josivaldo Souza, que se apresenta como bispo, e Simone Rodrigues Frate de Souza, cunhada do prefeito. A OS investigada, chamada Aceni, teve R$ 20 milhões em bens bloqueados por ordem judicial e está proibida de firmar contratos com o poder público.
Além do prefeito, outros alvos da operação foram a sede da prefeitura, seu gabinete, a Secretaria de Saúde de Sorocaba, o Diretório Municipal do Republicanos e casas de ex-secretários. Entre os investigados estão Vinicius Rodrigues (ex-secretário da Saúde) e Fausto Bossolo (ex-secretário de Governo e Administração), este último já condenado por superfaturamento de R$ 10 milhões na compra de um imóvel para a Secretaria de Educação.
Ao todo, foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão. Não houve mandados de prisão.
Reação do prefeito
Em vídeo nas redes sociais, Rodrigo Manga debochou da ação da PF, dizendo que em sua casa só encontraram “bolo de cenoura, Nutella e o Pokémon do filho”. Ele negou envolvimento com os objetos apreendidos e afirmou que nenhum dos itens pertence à sua residência. Em coletiva, disse não saber se é formalmente investigado ou indiciado e que a polícia levou apenas a cópia da chave de seu carro.
Manga se disse vítima de perseguição política por conta de sua projeção nacional, mencionando que tem aparecido em pesquisas para o governo de São Paulo e até para a presidência. A prefeitura alegou estar colaborando com as investigações e sugeriu que a operação teve motivação política, afirmando que “forças ocultas” estariam agindo contra representantes populares.
Cidades onde houve operação:
- Sorocaba
- Araçoiaba da Serra
- Votorantim
- Itu
- São Bernardo do Campo
- São Paulo
- Santo André
- São Caetano do Sul
- Santos
- Socorro
- Santa Cruz do Rio Pardo
- Osasco
- Vitória da Conquista (BA)
A defesa de Marco Mott preferiu não se manifestar. Os demais citados não responderam até o momento.
Com informações do G1.