O prontuário médico do Hospital Brasília, referente ao menino Miguel Fernandes Brandão, de 13 anos, que morreu em novembro de 2024 após uma grave infecção bacteriana, registrou anotações sobre a mãe, Genilva Fernandes, destacando sua “ansiedade” em pelo menos duas ocasiões. Em um dos relatórios, consta que a mãe questionava repetidamente o quadro clínico do filho, sendo informada sobre a hipótese de infecção viral e que não havia necessidade de antibióticos. No dia seguinte, outro registro menciona a preocupação da mãe com a febre do filho e a repetição de perguntas sobre o diagnóstico. As informações são do Metrópoles.

Foto: Divulgação.
Acusações de negligência médica
Miguel ficou internado por 26 dias antes de falecer. A mãe, Genilva, acusa o hospital de negligência médica, alegando que exames essenciais para identificar a infecção bacteriana não foram realizados a tempo. Ela também relatou à Polícia Civil do Distrito Federal que houve atraso na entrega do prontuário e de informações sobre o atendimento. Segundo seu depoimento, um infectologista afirmou que, caso Miguel tivesse sido transferido para a UTI mais cedo, as chances de sucesso no tratamento seriam maiores.
O caso está sendo investigado pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul).
Evolução do quadro clínico
Miguel começou a apresentar sintomas como febre, coriza e espirros no início de outubro de 2024, inicialmente tratados como rinite alérgica. Após a piora do quadro, ele foi levado ao Hospital Brasília no dia 14 de outubro, onde exames descartaram influenza e covid-19. No dia seguinte, surgiram novos sintomas, como vômitos, diarreia, unhas roxas e fraqueza nas pernas.
Os médicos diagnosticaram Miguel com infecção por streptococcus pyogenes e influenza A, mas o quadro já era grave. Ele sofreu choque séptico e falência de órgãos, sendo transferido para a UTI. Durante a internação, desenvolveu necrose de tecidos, que exigiu procedimentos invasivos, como raspagem, traqueostomia e hemodiálise.
Miguel morreu na madrugada de 9 de novembro, em decorrência de choque séptico e falência múltipla de órgãos.
Momento crítico durante a internação
No dia 18 de outubro, Genilva impediu a administração de medicamentos, como Tylenol, alegando que o filho estava com dor no estômago e demonstrando desconfiança sobre a conduta médica. Poucas horas depois, o quadro de Miguel se agravou significativamente, com manchas roxas no corpo e choque séptico.
Resposta do hospital
O Hospital Brasília, por meio de nota, informou que não pode divulgar informações sobre o histórico de saúde de pacientes devido às normas de sigilo médico. A investigação do caso segue em andamento.
Com informações do Correio da Bahia.