Após a polêmica absolvição do influenciador baiano Iuri Santos Abraão, o Iuri Sheik, acusado de matar o empresário William Oliveira em 2019, o Ministério Público da Bahia já entrou com recurso pedindo a anulação do julgamento. O júri popular, realizado nesta terça-feira (20), considerou Iuri inocente da acusação de homicídio, alegando legítima defesa — tese que, segundo o promotor Luis Eduardo Souza, não foi sustentada por nenhuma prova.

Em entrevista à Record Bahia, o promotor criticou duramente o veredito dos jurados. “Trouxemos quatro testemunhas oculares que confirmaram que Iuri executou William. A defesa não apresentou nenhuma testemunha que comprovasse a tese de legítima defesa, nem mesmo a esposa do acusado relatou algo nesse sentido”, afirmou.
Luis Eduardo também destacou que o próprio Iuri mudou diversas vezes sua versão sobre o crime. “Primeiro, ele disse que foi uma briga corporal, depois afirmou que pegou a arma da mão de William, um homem forte, alto, musculoso. Essas contradições demonstram a falta de consistência da defesa. Mas é isso que acontece no júri. A população resolveu por bem absolver, então nós vamos recorrer”, declarou.
Segundo o promotor, não há nos autos qualquer evidência que sustente a tese de legítima defesa. “Se os jurados escolhem pela condenação, o juiz apenas fixa a pena. Mas, neste caso, a decisão foi totalmente oposta às provas apresentadas”, reforçou.
Ele ainda lamentou a sensação de impunidade deixada pelo resultado. “Os familiares estão revoltados. Matar no Brasil sai muito barato. Iuri ficou pouco mais de um ano preso, foi solto por habeas corpus e está em liberdade. Estamos diante de mais um caso de impunidade, mas acreditamos que o Tribunal de Justiça da Bahia vai anular esse julgamento e determinar um novo júri.”
O caso segue agora para análise do Tribunal, que decidirá se a decisão dos jurados será mantida ou anulada.