A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na manhã desta terça-feira (1º), seis integrantes da torcida organizada Mancha Alviverde, do Palmeiras, suspeitos de participação em uma emboscada contra membros da Máfia Azul, torcida do Cruzeiro, em outubro de 2024. O ataque, ocorrido na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo, deixou um torcedor cruzeirense morto e outros 15 feridos.

Foto: Divulgação.
A operação, batizada de “Agguato 2” – termo que significa “emboscada” em italiano – foi coordenada pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que cumpriu dez mandados de prisão, sendo nove temporárias e uma preventiva, além de 12 de busca e apreensão em imóveis de investigados. Até o momento, 22 torcedores da Mancha já foram detidos, enquanto outros quatro seguem foragidos.
Alvos da operação
Entre os palmeirenses presos na ação estão Thiago Amorim de Melo, Maurício Hernesto Hildebrando da Silva, Júlio César Ferreira Souza, Luciano Sérgio Tancredi, Éder da Silva Pongelupe e Rogério Ribeiro de Andrade. Já os foragidos incluem Neilo Ferreira e Silva, Alexandre Santos Medeiros, César Augusto Pinheiro Melo e Renato Mendes da Silva.
Mais de 60 policiais participaram da operação, utilizando 20 viaturas. Segundo o DHPP, os torcedores da Mancha são acusados de um homicídio, 15 tentativas de homicídio e incêndio contra membros da Máfia Azul. As investigações apontam que a emboscada foi planejada como vingança por uma briga anterior, ocorrida em Minas Gerais, em 2022.
Ataque premeditado
Imagens analisadas pela polícia mostram torcedores palmeirenses utilizando paus, barras de ferro, pedras e rojões durante o ataque, além de incendiarem ônibus de torcedores cruzeirenses. As gravações, feitas pelos próprios envolvidos, foram divulgadas posteriormente nas redes sociais, contribuindo para a identificação dos suspeitos.
Além das acusações criminais, o Ministério Público de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), solicitou à Justiça que os palmeirenses investigados sejam condenados a pagar indenizações por danos materiais e morais, totalizando R$ 10 milhões. O valor seria dividido entre os familiares do torcedor morto, as vítimas sobreviventes e a prefeitura de Mairiporã.
Investigação em andamento
Até dezembro de 2024, 20 torcedores da Mancha haviam se tornado réus no caso. Entre eles estão nomes como Jorge Luiz Sampaio Santos, então presidente da torcida na época do ataque, e Felipe Mattos dos Santos, vice-presidente. A Justiça determinou prisões preventivas para os suspeitos, que aguardam julgamento.
As investigações ainda avaliam o possível envolvimento de membros de torcidas organizadas de outros estados, como do Vasco da Gama, que têm relação próxima com a Mancha Alviverde. A Secretaria de Segurança Pública deve divulgar um balanço atualizado dos mandados cumpridos ao longo do dia.
Com informações do G1.