A personal trainer Kely da Silva Moraes, de 45 anos, relatou ter sido impedida de usar o banheiro feminino em uma academia da Selfit, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, após ser confundida com uma mulher trans por um casal que frequentava o local.

Foto: Divulgação.
O episódio, ocorrido na última segunda-feira (26 de maio), gerou indignação e reacendeu o debate sobre preconceito e transfobia. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Kely aparece sendo hostilizada verbalmente, enquanto tentava explicar que é mulher cisgênero. A profissional afirmou que ficou abalada e teve dificuldades para retornar ao trabalho após o incidente.
Histórico de violência e discriminação
Este não foi o primeiro caso de hostilidade enfrentado por Kely. Em entrevista ao g1, ela revelou ter sido humilhada em espaços públicos e religiosos, além de ameaçada de morte em outras ocasiões.
- Carnaval há 30 anos: Foi agredida e ameaçada com uma arma, após reagir a um ataque em um bloco tradicional do Recife.
- Festa de pagode: Um homem apontou uma arma para ela, afirmando que atiraria em sua perna para deixá-la aleijada.
- Evento religioso: Em uma igreja evangélica, um pregador declarou publicamente que ela não era mulher, levando Kely a se afastar da instituição.
Musculação como forma de superação
Kely, que é mãe de uma jovem de 26 anos e avó de um menino de 7, encontrou na musculação e no fisiculturismo uma forma de superar a depressão pós-parto que enfrentou aos 19 anos.
Se formou em Educação Física em 2022 e passou a atuar como personal trainer. Treinou para competir no fisiculturismo, mas o campeonato foi cancelado devido à pandemia de Covid-19. Desde então, tornou-se referência no esporte e tem atuado no treinamento de outros atletas.
Denúncia e medidas tomadas pela academia
Após o caso na Selfit, Kely prestou queixa na polícia e recebeu apoio de internautas. A academia informou que expulsou o casal agressor e reforçou seu compromisso contra qualquer tipo de discriminação.
- Registro de boletim de ocorrência
- Manifestação da Selfit contra preconceito
- Reação de internautas e apoio à personal trainer
Kely ainda tenta superar o trauma para retomar sua rotina de treinos e trabalho, reforçando que a musculação salvou sua vida e que pretende continuar no esporte, apesar dos desafios.
Com informações do G1.