O relato de Paulo ZSA ZSA, pseudônimo adotado por um pai que descobriu que sua filha adolescente estava envolvida em grupos online de automutilação, expõe o lado sombrio da internet e reforça os alertas de especialistas sobre os impactos das redes sociais na saúde mental dos jovens.

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Descoberta e pedido de ajuda
Paulo percebeu que algo estava errado quando sua filha, em um momento de desespero, se automutilou e pediu ajuda: “Me ajuda, me interna, que eu estou surtada”. Ao levá-la ao hospital, ele decidiu investigar o celular da adolescente e encontrou referências à palavra “Lulz”, que o levou a descobrir grupos online que incentivam comportamentos autodestrutivos.
Culpa e aprendizado
O pai admite sentir culpa por ter dado um celular à filha cedo demais e por não ter monitorado seu uso. No entanto, ele destaca que é essencial agir e buscar ajuda. Hoje, sua filha está em casa, frequenta a escola e segue em tratamento psiquiátrico.
“O pai tem que ter a senha. Tem que saber no que o filho está metido”, afirma Paulo, reforçando a importância da supervisão parental no ambiente digital.
Alerta de especialistas
O psicólogo social Jonathan Haidt, autor do livro “A Geração Ansiosa”, aponta que o uso precoce e descontrolado de redes sociais está diretamente ligado ao aumento de transtornos mentais entre adolescentes. Segundo ele, quando jovens reduzem o tempo de exposição às telas, sinais de melhora aparecem em 15 a 20 dias.
Operação policial contra grupos online
Recentemente, uma megaoperação policial foi deflagrada em 12 estados brasileiros para desarticular grupos criminosos que incentivavam automutilação e perseguição online. O líder do grupo, um adolescente de 15 anos, foi apreendido pela Polícia Civil do Mato Grosso, que cumpriu 22 mandados judiciais.
Com informações do G1.