Quatro adolescentes foram apreendidos nesta quarta-feira (14) durante a segunda fase da Operação Adolescência Segura, que investiga crimes virtuais cometidos contra crianças e jovens. A ação é coordenada pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) do Rio de Janeiro, com apoio das polícias civis locais e do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Os mandados foram cumpridos em seis estados — Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. De acordo com a Polícia Civil fluminense, os adolescentes são suspeitos de integrar uma rede responsável por uma série de crimes graves, como tentativa de homicídio, induzimento ao suicídio, armazenamento e divulgação de pornografia infantil e apologia ao nazismo.
Ainda segundo a corporação, o grupo utilizava técnicas de manipulação psicológica e aliciamento de vítimas em idade escolar. A investigação teve início em fevereiro, após a identificação de um plano para atacar um morador de rua com coquetéis molotov, com transmissão ao vivo pela internet. O episódio levou os agentes à descoberta de uma comunidade virtual que promovia desafios violentos e competições com práticas de ódio.
Os integrantes também invadiam dispositivos eletrônicos, roubavam dados e imagens e faziam ameaças para coagir vítimas à automutilação ou à prática de atos violentos. Apesar do uso de plataformas criptografadas e da constante troca de servidores para dificultar a investigação, os suspeitos foram localizados com base nas provas reunidas na primeira fase da operação.
A Polícia Civil do Rio classificou a ação como um marco no enfrentamento da criminalidade digital e destacou o compromisso com a proteção da infância e adolescência, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).