Especialistas e moradores do Centro Histórico de Salvador estão mobilizados para reduzir os impactos da poluição sonora na área, especialmente em locais próximos a edificações tombadas. A preocupação ganhou relevância após o desabamento do teto da Igreja de São Francisco, colocando em pauta o efeito de grandes eventos e tráfego de veículos sobre a preservação arquitetônica. A discussão envolve questões de fiscalização, planejamento urbano e o excesso de barulho causado por apresentações culturais.

Foto: BNews / Joilson César
Demandas de moradores
No bairro Santo Antônio Além do Carmo, a Associação de Moradores (AMSA) tem sido uma voz ativa, denunciando problemas como som alto e infraestrutura inadequada para eventos de grande porte. Em carta enviada ao prefeito Bruno Reis, os moradores sugeriram utilizar espaços como a Casa de Apostas Arena Fonte Nova para os eventos, evitando o impacto em ruas estreitas e áreas históricas.
Grupo de pesquisa e proposta de lei
Desde fevereiro, especialistas em acústica de cinco estados estão trabalhando para criar um termo de referência que estabeleça limites para emissões sonoras em áreas de patrimônio histórico. Débora Barretto, idealizadora do grupo, destacou a urgência de conscientização e normas específicas. O grupo tem se inspirado em legislações de países como a Alemanha para definir parâmetros aplicáveis ao Brasil. O objetivo é não apenas proteger Salvador, mas também oferecer um modelo para outras cidades com edificações históricas.
Impacto do excesso de som
Casos como quedas de prateleiras na Fundação Casa de Jorge Amado, causadas pelo som alto durante eventos, ilustram os desafios enfrentados pela região. Estudos anteriores, como o de Juliana Evaristo dos Santos, já indicaram que vibrações em edifícios históricos excedem os limites durante eventos como o Carnaval no Pelourinho.
Próximos passos
O documento que está sendo elaborado contará com o apoio da Prefeitura de Salvador e poderá ajudar a regulamentar os direitos e responsabilidades da sociedade civil e do poder público. A iniciativa busca garantir a preservação do patrimônio cultural da cidade enquanto equilibra o desenvolvimento urbano e os interesses de eventos e turismo.
Com informações do Bnews.