Um caso intrigante veio à tona envolvendo o juiz aposentado Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, que, segundo o Ministério Público, na verdade se chama José Eduardo Franco dos Reis. Durante 44 anos, ele manteve duas identidades e conseguiu enganar instituições públicas ao usar documentos falsificados.

Foto: Divulgação.
Dupla identidade: o início da farsa
De acordo com as investigações, Reis iniciou a criação da identidade fictícia de Edward Wickfield em 1980, aos 22 anos. Ele apresentou documentos como RG, CPF e passaporte com informações falsas para ingressar no curso de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde se formou em 1992. Em 1995, foi aprovado no concurso de juiz e ocupou o cargo até sua aposentadoria, em 2018.
Descoberta da fraude
A duplicidade foi descoberta apenas em 2024, quando Reis tentou emitir um novo RG com o nome falso em São Paulo. As impressões digitais revelaram que os documentos pertenciam à mesma pessoa. A comparação biométrica confirmou a fraude e levou a Polícia Civil e o Ministério Público a aprofundarem as investigações.
Justificativa improvável e consequências
Interrogado pela polícia, Reis alegou que Wickfield seria seu irmão gêmeo adotado na infância, mas não explicou por que usou suas próprias digitais para os documentos do suposto irmão. Essa explicação não convenceu as autoridades, que consideram Wickfield uma identidade inventada.
O Tribunal de Justiça paulista suspendeu administrativamente os pagamentos ao magistrado, e ele agora enfrenta uma ação penal na 29ª Vara Criminal de São Paulo.
Impacto e perguntas ainda sem resposta
O caso levanta questões sobre como Reis conseguiu sustentar a farsa por décadas e quais serão as implicações legais para sua carreira e aposentadoria. As investigações ainda não conseguiram esclarecer os motivos que levaram à criação da identidade falsa.
Com informações do G1.