Nesta quarta-feira (21), manifestantes israelenses contrários à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza se reuniram perto da passagem de Kerem Shalom, na fronteira com Israel. O grupo tentou impedir a passagem de caminhões com suprimentos enviados pela ONU, alegando que a ajuda beneficiaria diretamente o Hamas.

Foto: Reuters.
Confronto entre grupos pró e contra a ajuda
Enquanto os manifestantes contrários ao envio de suprimentos tentavam bloquear a estrada, um grupo pró-ajuda também estava presente, buscando garantir que os caminhões seguissem viagem. Houve bate-boca entre os dois lados, e a polícia interveio, retirando os manifestantes e prendendo alguns deles.
“Viemos aqui esta manhã porque recebemos relatos de que a extrema direita vai bloquear os caminhões de ajuda humanitária. Sabemos que eles tentaram fazer isso no ano passado e estamos aqui para garantir que isso não aconteça novamente”, afirmou um dos manifestantes pró-ajuda.
Pressão internacional por mais assistência
O episódio ocorre em meio a um aumento da pressão internacional para que Israel permita a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza. Mais cedo, o Papa Leão XIV fez um apelo para que o país autorize a entrada de suprimentos, classificando a situação no enclave palestino como “ainda mais preocupante e triste”.
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) também criticou Israel, acusando o país de permitir apenas uma quantidade “ridiculamente insuficiente” de ajuda, para evitar acusações de que estaria matando de fome a população.
Ajuda insuficiente e risco humanitário
Na terça-feira (20), a ONU afirmou ter recebido autorização de Israel para que cerca de 100 caminhões de ajuda humanitária entrassem em Gaza. No entanto, até o início desta quarta-feira, nenhuma assistência havia sido distribuída aos palestinos.
O diretor de ajuda humanitária da ONU, Tom Fletcher, alertou que a quantidade permitida até agora é “uma gota no oceano”, considerando que a população de 2,3 milhões de palestinos precisa de pelo menos 500 caminhões de suprimentos por dia.
A preocupação com crianças, bebês e idosos na Faixa de Gaza aumenta à medida que a escassez de alimentos se agrava. Fletcher teme que 14 mil bebês possam morrer nas próximas 48 horas se a ajuda humanitária não chegar a tempo.
Com informações do G1.