O presidente do PL na Bahia, João Roma, voltou a criticar duramente a administração estadual nesta segunda-feira (7), durante entrevista concedida à Rádio Mix Salvador. O ex-ministro da Cidadania do governo Bolsonaro acusou a gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de manter a Bahia “sufocada” por um modelo político que, segundo ele, está ultrapassado, ineficiente e responsável por travar o desenvolvimento econômico do estado.

Foto: Vitor Pereira/ bahia.ba
De acordo com Roma, a atual administração petista — que está à frente do governo da Bahia há quase 20 anos — tem falhado em setores cruciais como segurança pública, saúde, educação e geração de empregos. Para ele, a Bahia vive hoje um cenário de estagnação e crise estrutural, resultado de um ciclo político viciado e afastado das reais necessidades da população.
“O que a gente vê na Bahia hoje é um solo fértil para o crime organizado, um estado travado e uma população que tem sido feita de refém”, afirmou. Segundo o ex-ministro, a elevada carga tributária e a falta de incentivo ao setor privado afastam investidores e impedem o crescimento econômico do estado. “Aqui só se fala em aumentar imposto. Isso não apenas afasta empresas como também penaliza os mais pobres, que são os que mais sentem os efeitos de uma economia estagnada e de um estado ineficiente.”
Roma também fez duras críticas ao que chamou de “abandono institucional” por parte do governo nas áreas de segurança e justiça. Para ele, a expansão do crime organizado em territórios vulneráveis e zonas rurais é reflexo direto da ausência do Estado. “As invasões de terra estão aí para provar isso. Onde deveria estar o poder público, está o crime, manipulando pessoas em situação de vulnerabilidade, confundindo a população, desmoralizando a Justiça e desacreditando as forças de segurança. Isso é gravíssimo.”
Na área da saúde, o presidente do PL não poupou palavras. Ele classificou a situação dos hospitais públicos e das unidades básicas como “caótica”, destacando a falta de insumos, médicos e estrutura adequada para atender à demanda crescente da população. “A saúde pública na Bahia virou sinônimo de espera, dor e abandono. As pessoas estão sofrendo enquanto o governo se ocupa de propaganda e politicagem.”
A educação também foi apontada como um setor em crise. Para Roma, a gestão petista não apresenta propostas concretas para modernizar o ensino ou melhorar os índices educacionais do estado. “A Bahia precisa de um salto de qualidade na educação. E isso não vai acontecer com escolas precárias, professores desmotivados e falta de investimento real.”
Além das críticas à gestão administrativa, João Roma também fez acusações à condução política do governo Jerônimo Rodrigues, que, segundo ele, estaria sendo marcada por práticas de “velha política”. O ex-ministro afirmou que há uma tentativa de cooptar prefeitos do interior com promessas de recursos em troca de apoio político. “Estão tentando sufocar os municípios para, depois, oferecer migalhas e comprar lealdades. Isso é o velho ‘toma lá, dá cá’ disfarçado de parceria institucional. E o povo está cansado disso.”
Roma relembrou sua atuação no Ministério da Cidadania, durante o governo Bolsonaro, para reforçar seu discurso de gestão republicana e apartidária. Ele citou como exemplo a atuação federal em momentos de crise, como nas enchentes que atingiram o estado. “Na época das chuvas, atendemos a todos os municípios, independentemente de partido. Não queríamos saber se o prefeito era do PT, do PL ou de qualquer outro partido. O foco era ajudar quem precisava.”
O ex-ministro finalizou sua participação na entrevista com um apelo à mudança política na Bahia. “O povo baiano precisa de esperança, não de discursos antigos e promessas vazias. A Bahia tem tudo para ser uma potência, mas isso só vai acontecer quando nos libertarmos desse modelo que sufoca e atrasa o nosso estado.”
Com informações do Bahia.Ba.