A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, pode exercer influência significativa na disputa pelas duas vagas abertas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a coluna de Malu Gaspar, publicada no jornal O Globo, as mulheres nas listas tríplices enviadas ao Palácio do Planalto acreditam que Janja pode ser determinante para que o presidente Lula decida a favor de uma delas.
As vagas foram abertas com as aposentadorias das desembargadoras Laurita Vaz, do Ministério Público, e Assusete Magalhães, da Justiça Federal. Duas desembargadoras disputam a vaga da Justiça Federal e uma procuradora de Justiça concorre pela vaga do MP, o que mantém um equilíbrio de gênero na disputa, com três homens e três mulheres.
A escolha dos nomes é parte de uma estratégia do presidente do STJ, Herman Benjamin, e da ala feminina do tribunal, com o objetivo de preservar a representatividade feminina na corte. Atualmente, o STJ conta com apenas cinco mulheres entre seus membros: Maria Thereza de Assis Moura, Regina Helena, Nancy Andrighi, Daniela Teixeira e Isabel Gallotti.
Aliados das candidatas apostam que Janja poderá influenciar a decisão de Lula, caso se simpatize com alguma das postulantes. De acordo com um interlocutor da primeira-dama, ela sempre manifestou o desejo de que o presidente escolha mais mulheres para cargos no Judiciário.
Embora já tenha exercido influência em outras escolhas, como a da desembargadora Gabriela Araújo para o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), aliados do governo duvidam que Janja intervenha diretamente nessa disputa, que envolve indicações mais relevantes no STJ e no Supremo Tribunal Federal (STF). Para as escolhas no Judiciário, o presidente Lula costuma consultar os ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Ricardo Lewandowski (Justiça), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil).
Foto: Ricardo Stuckert/ PR