A ativista Laura Loomer, influenciadora de extrema direita conhecida por disseminar teorias da conspiração e declarações de cunho xenofóbico, tem atuado como conselheira informal do presidente Donald Trump e influenciado diretamente decisões no alto escalão do governo dos Estados Unidos.

Foto: Chris Szagola/ AP
Sem ocupar qualquer cargo oficial na administração, Loomer foi recebida recentemente no Salão Oval, onde apresentou a Trump uma lista de funcionários que considerava “desleais” ao presidente. A reunião resultou na demissão de seis integrantes do Conselho de Segurança Nacional (NSC) e de dois dirigentes da Agência de Segurança Nacional (NSA). A justificativa para as exonerações foi justamente a suposta deslealdade ao presidente — critério que tem pautado diversas decisões do atual mandato.
Entre os demitidos do NSC estão o diretor de inteligência Brian Walsh, o diretor de assuntos legislativos Thomas Boodry e a diretora de organizações internacionais Maggie Dougherty. Já na NSA, foram afastados o diretor da agência, general Timothy Haugh — que também liderava o Comando Cibernético dos EUA —, e a vice-diretora Wendy Noble.
Derrotada em duas tentativas de se eleger para o Congresso, Loomer afirmou, nas redes sociais, ser a responsável pelas demissões. “Foi uma honra me encontrar com o presidente Trump e apresentar a ele minhas descobertas. Continuarei trabalhando duro para apoiar sua agenda e reiterando a importância de uma forte verificação, para proteger o presidente e nossa segurança nacional”, declarou, prometendo entregar uma nova lista de nomes considerados “infiéis”.
Durante a campanha presidencial, Loomer acompanhou Trump em viagens oficiais, incluindo as homenagens às vítimas dos atentados de 11 de setembro. Em uma de suas teorias mais controversas, a ativista afirmou que os ataques terroristas foram uma operação interna do próprio governo americano. Em outras ocasiões, classificou o islamismo como “um câncer para a Humanidade”.
A influenciadora, que se define como “pró-nacionalismo branco”, já foi banida do Twitter por declarações de ódio contra muçulmanos, judeus e imigrantes. No entanto, retornou à plataforma após a aquisição da empresa por Elon Musk.
Questionado sobre a atuação de Loomer nas recentes demissões, Trump limitou-se a descrevê-la como uma “ótima patriota” e admitiu considerar suas sugestões. “Ela faz recomendações sobre coisas e pessoas, e eu ouço essas recomendações”, afirmou o presidente.
A crescente influência de Loomer no núcleo duro do governo norte-americano tem provocado críticas e levantado preocupações sobre a presença de vozes extremistas no centro do poder.
Com informações do G1.