A Polícia Federal revelou que o suspeito de assassinar o advogado Rodrigo Zampieri utilizou um disfarce religioso para se aproximar da vítima antes do crime. Segundo fontes ligadas à investigação, Antônio Gomes da Silva, preso na última quarta-feira (28 de maio) em Cuiabá (MT), se vestiu de padre e foi apresentado a Zampieri semanas antes da execução.

Foto: Divulgação.
O advogado atuava em processos de disputa por posse de terra e foi morto com 10 tiros dentro de seu carro, em frente ao escritório onde trabalhava, em 2023. As autoridades acreditam que o crime foi encomendado pelo grupo Comando de Caça a Comunistas, Criminosos e Corruptos (C4), formado por militares da ativa e da reserva, que, além de homicídios por encomenda, também realizava espionagem de figuras públicas.
Prisões e motivações do crime
Cinco suspeitos foram presos na operação:
- Aníbal Manoel Laurindo, produtor rural e suposto mandante do crime.
- Coronel Luiz Caçadini, apontado como financiador da ação.
- Antônio Gomes da Silva, identificado como executor dos disparos.
- Hedilerson Barbosa, dono da pistola 9mm utilizada no crime.
- Gilberto Louzada da Silva, cuja participação ainda está sob investigação.
Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, o homicídio estaria ligado a uma disputa judicial por terras avaliadas em mais de R$ 100 milhões.
Espionagem e lista de alvos
Além das execuções, o grupo mantinha uma tabela de preços para espionagem, cobrando valores conforme o perfil dos investigados:
- Ministros do STF: R$ 250 mil.
- Senadores: R$ 150 mil.
- Deputados: R$ 100 mil.
- Cidadãos comuns: R$ 50 mil.
O nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) apareceu nas anotações do grupo como alvo de interesse. Para suas operações, os criminosos utilizavam carros com placas frias, rastreadores veiculares, drones e até contratação de hackers. Também previam o uso de prostitutas e garotos de programa como “iscas” para monitorar pessoas específicas.
Materiais apreendidos pela PF
Durante a ação, a Polícia Federal confiscou armamentos, documentos e equipamentos utilizados pelo grupo, incluindo:
- 5 fuzis de sniper com silenciador.
- 15 pistolas com silenciador.
- Lança-rojão tipo AT 34 de ombro.
- Minas magnéticas e explosivos com detonação remota.
A investigação segue em andamento para identificar outros envolvidos e possíveis financiadores.
Com informações do G1.