O Centro de Promoção e Defesa dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CPDD), localizado no Pelourinho, Salvador, vem ampliando seu atendimento e agora oferece uma gama ainda mais ampla de serviços para a população LGBT+. O CPDD, instalado no ‘Casarão da Diversidade’, é um espaço da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) que disponibiliza uma equipe multiprofissional e diversas ações de acolhimento e inclusão, buscando garantir a promoção da igualdade e o respeito aos direitos humanos dessa comunidade.
Foto: Simônica Capistrano/GOVBA
De acordo com a pedagoga do CPDD, Dai Costa, o centro agora também oferece cursos preparatórios para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), voltados especialmente para pessoas trans, com o objetivo de facilitar o ingresso da população LGBT+ nas universidades e em cursos profissionalizantes. Além disso, o centro apoia e fomenta o empreendedorismo entre pessoas LGBTQIAPN+.
“Estamos vivendo um momento novo com o setor pedagógico, que busca a promoção da educação inclusiva, respeitando o direito ao nome e combatendo a violação de direitos educacionais. A educação é um pilar para restaurar a dignidade das pessoas”, explicou Dai Costa.
O Casarão da Diversidade tem se tornado um espaço de referência para muitas pessoas, como Kelly Passos, profissional do sexo de 40 anos, que encontrou no CPDD uma oportunidade de voltar a estudar e de realizar a retificação de prenome e gênero de forma gratuita. Ela também recebeu apoio psicológico e orientação social. “O acolhimento aqui é perfeito. Já tentei me matricular em uma escola antes, mas por conta da discriminação, não consegui. Aqui, o acolhimento é total, e posso dizer que encontrei apoio, respeito e dignidade”, relatou Kelly.
José Raimundo de Jesus, que passou por uma situação de vulnerabilidade social e estava em situação de rua, também foi acolhido pelo CPDD. Ele agradeceu o apoio recebido e ressaltou a importância do Casarão para sua recuperação. “Foi aqui que encontrei um espaço de acolhimento e respeito. Hoje, já tenho um lugar para morar e estou recebendo o auxílio aluguel”, afirmou emocionado.
O CPDD também oferece apoio a pessoas que enfrentam ameaças ou discriminação, como o caso de Silas Bartolomeu, professor que sofreu perseguição por homofobia. “Com o apoio psicológico aqui, estou buscando meios de retornar à sala de aula. Esse espaço me proporcionou o acolhimento que eu precisava”, afirmou Silas.
Para Keila Simpson, coordenadora do CPDD, o centro não atende apenas a comunidade LGBT+, mas também seus familiares e amigos, promovendo um ambiente de amizade e acolhimento. “Estamos aqui para ouvir, apoiar e encaminhar para o atendimento adequado. O nosso relacionamento é de amizade e de cuidado”, afirmou Keila.
Além do Casarão da Diversidade, outras instituições também desempenham um papel fundamental na proteção dos direitos da população LGBT+, como a Coordenadoria Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid), ligada à Polícia Civil e também localizada no Centro Histórico. A Coercid trabalha em três frentes principais: promoção da igualdade, proteção dos direitos humanos e combate à discriminação, oferecendo atendimento especializado para as vítimas de crimes motivados por ódio ou intolerância, incluindo agressões físicas, psicológicas e homicídios.
Outra unidade que reforça a rede de apoio ao público LGBT+ é a Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (Decrin), que funciona 24 horas por dia, oferecendo serviços de investigação, assistência social, psicologia e apoio integrado, com atendimento a vítimas de crimes de intolerância e discriminação.
As duas unidades, Coercid e Decrin, são coordenadas pelo delegado Ricardo Amorim e têm como foco a promoção do acolhimento das vítimas de violência, especialmente as que chegam bastante abaladas, com apoio psicológico e social para garantir um atendimento humanizado.
Essas iniciativas buscam fortalecer a rede de proteção e apoio à população LGBT+, promovendo a dignidade e os direitos humanos de todos os cidadãos, e são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Com informações do Bahia.Ba.