A Aliança Democrática (AD), coalizão de centro-direita, venceu as eleições legislativas em Portugal, mas sua vitória foi ofuscada pelo crescimento do partido Chega, de extrema direita, que empatou com os socialistas e rompeu o ciclo bipartidário que dominava o país há 50 anos.

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Cenário político e desafios para governar
O primeiro-ministro Luís Montenegro garantiu 86 assentos no Parlamento, mas ainda está longe da maioria de 116 cadeiras, necessária para governar com estabilidade. Com isso, ele depende de alianças com o Partido Socialista (PS) ou com o Chega, que conquistaram 58 assentos cada, embora o PS tenha ficado ligeiramente à frente, com 52 mil votos a mais.
Expansão da extrema direita
O Chega, liderado por André Ventura, consolidou sua posição como segunda maior força política do país, ampliando sua influência, especialmente no sul de Portugal, em regiões como Algarve, Beja, Setúbal e Portalegre.
Ventura celebrou o resultado, afirmando que seu partido “matou o bipartidarismo em Portugal” e que o sistema político “já está a tremer”.
Montenegro e a relação com o Chega
Até então, Montenegro descartava qualquer aliança com o Chega, repetindo a frase “não é não”. No entanto, em seu discurso de vitória, evitou reafirmar essa posição e declarou que sua prioridade é “sim é sim a Portugal”, deixando em aberto a possibilidade de diálogo com a extrema direita.
Impacto na política europeia
O avanço do Chega reflete uma tendência observada em outros países europeus, como França, Alemanha, Itália e Holanda, onde partidos de extrema direita têm ganhado espaço e se tornado peças-chave na formação de governos.
Com um Parlamento fragmentado e sem maioria absoluta, Montenegro enfrenta um desafio político para garantir governabilidade nos próximos anos.
Com informações do G1.