No interior de São Paulo, um criatório especializado na criação de jacaré-do-papo-amarelo tem chamado atenção por sua técnica inovadora de incubação. Além de garantir o nascimento dos filhotes em condições controladas, os criadores conseguem definir o sexo dos animais por meio da temperatura da incubadora.

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O processo ocorre entre o fim do verão e o início do outono, quando os ovos da espécie são depositados e levados para uma incubadora quente e úmida. Dependendo da temperatura ajustada, os embriões se desenvolvem como machos ou fêmeas, com uma taxa de acerto de 90%.
Especialistas explicam que temperaturas mais baixas, entre 28°C e 29°C, e mais altas, entre 33°C e 34°C, resultam no nascimento de machos, enquanto temperaturas intermediárias, entre 30°C e 32°C, favorecem a geração de fêmeas. Esse fenômeno ocorre porque a temperatura influencia o metabolismo celular dos embriões, determinando seu desenvolvimento.
Após cerca de três meses, os filhotes nascem em caixas de palha. Antes mesmo de eclodirem, ainda dentro dos ovos, os animais já conseguem emitir sons característicos, uma habilidade pouco comum entre répteis.
Comercialização da carne e reaproveitamento dos animais
Além da reprodução controlada, o criatório também atua na comercialização da carne de jacaré, considerada uma iguaria em churrascarias e restaurantes especializados. O quilo da carne é vendido por R$ 125, e os cortes mais procurados incluem costelas, filés da cauda e do lombo, além de iscas produzidas a partir do pescoço e das patas.
A produção sustentável garante que nada seja desperdiçado. Ossos e vísceras são reaproveitados para a fabricação de ração animal, enquanto a gordura do jacaré é utilizada na produção de embutidos.
A atividade tem ganhado espaço na gastronomia brasileira, com chefs explorando novas formas de preparo da carne, como ceviche e pratos assados.
Com informações do G1.