Corte de Trump em pesquisas de saúde impacta tratamento, universidades e empregos nos EUA

Decisão do governo afeta financiamento do NIH e gera incerteza entre pesquisadores brasileiros

Foto: REUTERS/Kent Nishimura

O governo de Donald Trump anunciou um corte bilionário nos financiamentos de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde (NIH), principal órgão de fomento à ciência médica nos Estados Unidos. A medida, que limita a 15% os custos indiretos das bolsas — incluindo infraestrutura, energia e equipe administrativa —, pode gerar um impacto imediato de US$ 4 bilhões.

Embora tenha sido suspensa na Justiça em 22 estados, a decisão causou preocupação entre cientistas e universidades, que alertam para prejuízos à pesquisa e à economia.

O que muda com a nova medida?

O NIH financia pesquisas médicas sobre câncer, transplantes e vacinas, entre outras áreas essenciais. Até agora, os custos indiretos desses projetos não tinham um teto fixo e variavam conforme a necessidade de cada instituição. Em algumas universidades, como Harvard e Yale, esse percentual ultrapassava 60%.

Com a nova regra, todas as pesquisas financiadas pelo NIH terão o custo indireto limitado a 15%, obrigando cientistas e universidades a cortarem gastos de infraestrutura, o que pode afetar diretamente a continuidade dos estudos.

Impacto nos financiamentos

• Antes: Os custos indiretos eram negociados individualmente com cada universidade, podendo chegar a mais de 60%.
• Agora: O governo impôs um limite fixo de 15% para todos os projetos.
• Conseqüência: Redução de US$ 4 bilhões no orçamento das pesquisas apenas em 2025.

Pesquisadores e universidades alertam para prejuízos

A comunidade científica já sente os efeitos da decisão. O brasileiro Daniel Dahis, PhD em Engenharia Biomédica e pesquisador em Harvard, destaca a dificuldade de manter seu estudo sobre biomateriais para hemorragias sem um suporte adequado.

“Ninguém faz pesquisa só comprando reagentes. Precisamos de infraestrutura e equipamentos. Meu laboratório tem um custo indireto de milhares de dólares. Essa mudança pode inviabilizar muitos estudos.” — Daniel Dahis

As universidades também reagem. Alan M. Garber, presidente de Harvard, afirmou que o corte “afetará a pesquisa em quase todas as universidades dos EUA”. Yale, que retém 67,5% de custos indiretos, destacou que a medida pode comprometer o atendimento a mais de 38 mil pacientes em ensaios clínicos.

Efeitos econômicos: desemprego e perda de investimentos

Além do impacto científico, a mudança pode afetar empregos e a economia de estados que dependem do setor de pesquisa.
• Na Califórnia: O setor emprega 55 mil pessoas diretamente e mais de 300 mil na bioindústria.
• Em Massachusetts: O NIH destinou US$ 4,5 bilhões para pesquisas, mantendo 131 mil empregos na área médica.

A procuradora-geral de Massachusetts, Andrea Joy Campbell, afirmou que a medida “mina a competitividade e a economia do país”, e seu estado entrou com ação contra a decisão.

Decisão da Justiça e futuro das pesquisas

A medida entraria em vigor imediatamente, mas foi bloqueada por decisões judiciais em 22 estados. O NIH, no entanto, argumenta que a taxa de 15% ainda é maior do que a aplicada por financiadores privados, como a fundação de Bill Gates, que limita o custo indireto a 10%.

Mesmo assim, cientistas alertam que o corte pode reduzir a produção de conhecimento nos EUA e afastar talentos da pesquisa.

“Fazer pesquisa já é caro, mas sobreviver a uma doença pode ser ainda mais. Esse corte coloca em risco o avanço da ciência no país.” — Daniel Dahis

A comunidade acadêmica segue pressionando para que a medida seja revogada de forma definitiva.

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Com informações do G1.

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