Comunidade LGBTQIAPN+ é alvo de assaltos durante corridas por aplicativo em Salvador

Nas madrugadas de Salvador, membros da comunidade LGBTQIAPN+ têm sido alvo recorrente de criminosos. Os assaltos acontecem durante o uso de serviços de transporte por aplicativo na modalidade moto. Segundo apuração, as vítimas são seguidas e abordadas por motoqueiros armados que forçam a parada, espancam e roubam celulares e cartões. Em 23 dias, pelo menos cinco casos foram identificados.

Foto: Paula Fróes/CORREIO.

O advogado Ives Bittencourt, presidente da Comissão de Diversidade e Gênero da OAB-BA, considera que existe uma quadrilha organizada para praticar esses crimes, ressaltando que pessoas LGBTQIAPN+ são socialmente vulneráveis. “A falta de apoio familiar, dificuldades de inclusão no mercado de trabalho e menores recursos econômicos tornam o transporte de moto uma opção acessível, mas arriscada”, afirma.

Relatos de vítimas
O filmmaker Pedro (nome fictício) foi uma das vítimas. Após sair de uma boate no Rio Vermelho, ele solicitou um moto-táxi para ir ao Dois de Julho. Durante o trajeto, na Avenida Cardeal da Silva, dois motoqueiros armados obrigaram a parada. Pedro e o piloto foram levados a um local deserto, onde os criminosos agrediram ambos e roubaram seus celulares, ameaçando atirar caso olhassem para trás.

Outro estudante, João (nome fictício), foi abordado de forma semelhante. Após sair de um bar na Barra, ele foi seguido até o Garcia, onde o motoqueiro armado exigiu celulares e ameaçou matá-lo por não acreditar que ele possuía apenas um aparelho.

No mesmo período, o psicólogo Tiago (nome fictício) relatou ter sido vítima enquanto voltava de um evento cultural. Na Avenida Bococô, foi abordado por cinco criminosos que exigiram seus pertences e o agrediram, apesar de não ter reagido. O professor André (nome fictício), que estava de passagem por Salvador, também foi assaltado durante uma corrida e decidiu deixar a cidade devido à insegurança.

Posicionamentos
A 99, empresa de transporte mencionada nos casos, lamentou os incidentes, informando que investigações internas foram iniciadas. A empresa afirmou que tentativas de contato foram feitas para oferecer suporte a algumas vítimas, mas destacou que um dos citados não estava cadastrado na plataforma.

A Polícia Civil informou que os crimes estão sendo investigados pelo Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis. A corporação orienta novas vítimas a registrar boletins de ocorrência presencialmente ou pelo canal virtual disponível 24 horas.

Esses crimes expõem os riscos adicionais enfrentados por grupos vulneráveis, destacando a importância de reforçar medidas de segurança e proteção para a comunidade LGBTQIAPN+.

Com informações do Correio da Bahia.

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