A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a demissão por justa causa de Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da entidade, após uma denúncia envolvendo assédio sexual e moral contra uma ex-dirigente. A decisão foi formalizada na noite de quarta-feira (18), após sentença proferida pelo juiz Leonardo Almeida Cavalcanti, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região. O magistrado determinou que a CBF pagasse uma multa de R$ 60 mil à ex-diretora Luísa Xavier Rosa, vítima do comportamento de Paiva. O diretor está proibido de acessar a sede da CBF a partir desta quinta-feira (19).

Além da denúncia de assédio, o jornalista Juca Kfouri aponta outro fator que influenciou a decisão: Paiva teria apoiado a candidatura de Ronaldo ‘Fenômeno’ à presidência da CBF, o que desagradou Ednaldo Rodrigues, atual presidente da entidade. Paiva já atuou como assessor de Ronaldo enquanto ele ainda era jogador, além de ter trabalhado com outros ídolos do futebol, como Renato Gaúcho, Romário e Edmundo. Recentemente, Paiva também foi cotado para assumir a comunicação do Flamengo, clube que elegeu uma nova diretoria neste mês. Paiva ocupava o cargo de diretor de comunicação da CBF desde julho de 2022, tendo também atuado como assessor de imprensa da confederação entre 2001 e 2014.
A sentença judicial
Em sua sentença de 2 de agosto de 2024, o juiz do TRF1 destacou que Rodrigo Paiva assediava a ex-diretora de Patrimônio da CBF. Ela moveu um processo contra a entidade, acusando Paiva de assédio moral e sexual. O juiz registrou que Paiva se aproveitou de uma falsa amizade para tentar seduzir a ex-dirigente, buscando uma aproximação além do contato profissional.
A sentença também incluiu trechos de diálogos trocados pelo WhatsApp, onde o comportamento de Paiva foi considerado assediante. “Apesar do tom amistoso da conversa, as entrelinhas mostram claramente que o comportamento de Paiva caracterizava assédio”, afirmou o juiz.