Adolescente morre no DF com suspeita de lesão pulmonar causada por cigarro eletrônico

Uma adolescente de 15 anos, moradora de Ceilândia, no Distrito Federal, morreu na última quarta-feira (28), após complicações que podem estar associadas ao uso de cigarro eletrônico (vape). Segundo os médicos responsáveis pelo atendimento, a família não sabia que a jovem fazia uso do dispositivo e descobriu essa informação apenas durante a entrevista médica, quando o quadro de saúde se agravou.

Foto: Divulgação.

A suspeita é que a morte tenha ocorrido devido à lesão pulmonar associada ao uso de cigarros eletrônicos, conhecida como EVALI—sigla em inglês para e-cigarette or vaping use-associated lung injury.

Saga por atendimento médico

A adolescente apresentou tosse persistente por cerca de quatro meses antes de ser internada. Sua família buscou atendimento em diversos hospitais até que ela foi levada ao Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), onde recebeu o diagnóstico inicial de pneumonia comunitária, pneumonia por influenza A e EVALI.

Após uma transferência para o Hospital Cidade do Sol (HSol), em Ceilândia, a estudante apresentou melhora inicial, mas voltou a ter febre dois dias depois. Em razão da necessidade de cuidados especializados, foi levada ao Hospital Universitário de Brasília (HUB) na terça-feira (27 de maio).

Com o agravamento do quadro, a jovem precisou ser transferida para a UTI do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), mas sofreu uma parada cardíaca ainda na ambulância. Apesar das tentativas de reanimação, não resistiu.

A Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) não forneceu mais informações sobre o caso, citando sigilo médico previsto na legislação.

O impacto do cigarro eletrônico na saúde

Especialistas apontam que o vape contém diversas substâncias químicas que podem causar danos severos ao sistema respiratório, incluindo vitamina E, que se transforma em cristais quando inalada, provocando inflamação e fibrose nos alvéolos pulmonares.

“O tecido pulmonar perde sua funcionalidade, não consegue mais permitir a entrada de oxigênio e a saída de gás carbônico”, explica Maria Enedina Scuarcialupi, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

A médica reforça que a EVALI é uma doença relativamente nova e que nem todos os médicos estão habituados a diagnosticá-la, o que pode levar ao equívoco de atribuir os sintomas a outras infecções respiratórias, como gripe, Covid-19 ou pneumonia.

Venda de vape é proibida no Brasil

O uso de cigarros eletrônicos é proibido no Brasil desde 2009, segundo determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, a comercialização continua ocorrendo de forma clandestina, especialmente entre adolescentes.

O caso da jovem de Ceilândia chamou atenção para os riscos do vape, especialmente entre menores de idade, que muitas vezes fazem uso do dispositivo sem o conhecimento da família.

Até o momento, a Polícia Civil do DF não abriu investigação sobre o caso, mas o episódio foi reportado à Comissão de Tabagismo da SBPT, que pode solicitar uma análise detalhada caso a família autorize.

Com informações do G1.

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