A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quinta-feira (27) que as autoridades da República Democrática do Congo estão ampliando a investigação sobre um surto misterioso de doenças e mortes na província de Equateur, no norte do país. Desde o início do ano, a região tem registrado uma série de casos e óbitos inexplicados, com destaque para a morte de crianças após ingerirem carne de morcego.

Foto: OMS
O surto mais recente ocorreu na zona de saúde de Basankusu, onde 141 pessoas adoeceram na última semana, mas sem registros de óbitos até o momento. Já em fevereiro, a região contabilizou 158 casos e 58 mortes. Em janeiro, na zona de Bolomba, 12 pessoas adoeceram, com 8 delas vindo a falecer.
A doença, que continua a ser investigada, apresenta sintomas como febre, dor de cabeça, calafrios, suor excessivo, rigidez no pescoço, dores musculares e articulares, sangramentos nasais, tosse, vômito e diarreia. Para conter a propagação da doença, a OMS e as autoridades locais estão intensificando a detecção e o monitoramento dos casos, mobilizando mais de 80 agentes comunitários de saúde.
Até o momento, 1.096 casos foram registrados, com 60 mortes nas regiões de Basankusu e Bolomba. A OMS e o governo congolês enviaram equipes de resposta rápida para intensificar a vigilância e realizar entrevistas com os moradores, a fim de entender o contexto da doença e fornecer tratamento para outras enfermidades comuns na região, como malária, febre tifoide e meningite.
A infraestrutura limitada e as dificuldades logísticas, devido à localização remota das áreas afetadas, têm dificultado a resposta médica. Basankusu e Bolomba estão a mais de 300 quilômetros da capital provincial, Mbandaka, e o acesso só é possível por estradas precárias ou pelo rio Congo.
Testes laboratoriais iniciais descartaram infecções por Ebola e Marburg, mas muitos dos exames realizados deram positivo para malária. Novos exames estão sendo feitos para investigar outras possíveis causas da doença, incluindo meningite e contaminações alimentares, ambientais ou na água. As amostras foram enviadas para um laboratório de referência em Kinshasa.
A crise sanitária agrava a situação já delicada do país, que enfrenta múltiplas emergências humanitárias, pressionando ainda mais o sistema de saúde local. A OMS segue monitorando a situação de perto e continuará a enviar apoio médico e logístico para as áreas afetadas.
Com informações do G1.