Caso raro de remissão de câncer com terapia CAR-T: paciente em remissão há 18 anos

Cientistas relatam remissão prolongada de neuroblastoma após tratamento com células CAR-T; resultado pode ser o mais longo já registrado.

Foto: Pexels

Um estudo divulgado nesta segunda-feira (17) na revista científica Nature apresenta um caso raro de remissão prolongada de câncer em um paciente tratado com a terapia CAR-T. O paciente, diagnosticado com neuroblastoma, um tipo agressivo de câncer que afeta as células nervosas, está em remissão há mais de 18 anos após receber o tratamento inovador.

O que é a terapia CAR-T?

A terapia CAR-T envolve a modificação genética das células T do sistema imunológico do próprio paciente, tornando-as capazes de identificar e destruir células cancerígenas de forma mais eficaz. No caso deste estudo, as células T foram modificadas para atacar uma proteína chamada GD2, presente em grandes quantidades no neuroblastoma, responsável pela agressividade do câncer.

Importância do tratamento e resultados

O caso de remissão prolongada do paciente pode ser o mais longo já registrado após o uso da imunoterapia. A médica Helen Heslop, principal autora do estudo, destaca que o sucesso pode estar relacionado a fatores como uma carga tumoral reduzida no momento do tratamento e a maior susceptibilidade do tumor à terapia.

Embora o tratamento tenha mostrado segurança na fase inicial, os resultados foram mistos em outros pacientes. Em um estudo anterior, 12 das 19 crianças tratadas não resistiram ao câncer, mas 7 sobreviveram, sendo que 5 continuam sendo monitoradas, com uma delas vivendo mais de 18 anos sem sinais da doença.

Avanços na técnica

A evolução da terapia CAR-T inclui a adição de moléculas especiais para melhorar a resposta imunológica. A pesquisa sugere que a persistência das células CAR-T no corpo dos pacientes representa um grande avanço, embora novas questões sobre o tratamento de tumores sólidos ainda precisem ser exploradas.

Cenário no Brasil

No Brasil, a terapia CAR-T é indicada para pacientes com leucemia linfoide aguda ou linfoma não-Hodgkin que não responderam a tratamentos convencionais. Casos notáveis incluem o de Paulo Peregrino, que obteve remissão total do linfoma em 30 dias após o tratamento.

O futuro da terapia CAR-T

Heslop espera que, com a administração precoce das células CAR-T, seja possível reduzir a necessidade de quimioterapia e radioterapia, oferecendo aos pacientes uma melhor qualidade de vida a longo prazo. A descoberta pode representar um novo marco no tratamento de tumores sólidos.

Com informações do G1.

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