Após disparar no fim de 2024, o dólar entrou em uma sequência de desvalorização em 2025. A moeda norte-americana, que iniciou o ano cotada a R$ 6,16, fechou esta terça-feira (4) a R$ 5,77, acumulando uma queda de 6,76% no período.
![](https://porescrito.com.br/wp-content/uploads/2025/02/mascara-por-escrito-Lara-39.jpg)
Foto: Amanda Perobelli/ Reuters
Segundo especialistas, quatro fatores explicam esse movimento:
• A postura menos agressiva de Donald Trump.
• A alta dos juros no Brasil.
• A redução da tensão fiscal no país.
• A diminuição do risco geopolítico.
Trump surpreende e alivia o mercado
Durante a campanha, Trump prometeu tarifas pesadas sobre produtos da China, México e Canadá. No entanto, após assumir a presidência, adotou um tom mais moderado.
• Tarifas abaixo do esperado: em vez de taxas de até 60% sobre produtos chineses, impôs 10%.
• Trégua com vizinhos: apesar de anunciar 25% de tarifas sobre produtos mexicanos e canadenses, suspendeu a medida por 30 dias.
• Acordos com líderes: México e Canadá aceitaram reforçar suas fronteiras para conter o tráfico de drogas e substâncias ilícitas.
A postura mais cautelosa reduziu o medo de inflação nos EUA, diminuindo a pressão para que o Federal Reserve (Fed) mantenha juros altos. Isso enfraqueceu o dólar e fortaleceu moedas emergentes, como o real.
Juros altos no Brasil atraem investidores
No dia 30 de janeiro, o Banco Central elevou a Selic para 13,25% ao ano. Com isso:
• Títulos de renda fixa ficaram mais atrativos, incentivando a entrada de capital estrangeiro.
• Investidores buscaram mais aplicações no Brasil, valorizando o real.
• O diferencial de juros entre Brasil e EUA aumentou, reforçando o movimento.
Menos estresse no cenário fiscal
No fim de 2024, o mercado reagiu mal ao pacote de corte de gastos do governo, o que fez o dólar disparar. Agora, há sinais de alívio:
• Déficit dentro do esperado: as contas do governo fecharam 2024 com déficit de R$ 43 bilhões, mas a meta fiscal foi cumprida.
• Lula adota tom mais moderado: discurso recente do presidente foi visto como menos conflituoso com o mercado.
Menos tensão global e menos demanda por dólar
A menor incerteza geopolítica também ajudou na queda do dólar:
• Cessar-fogo entre Israel e Hamas reduziu riscos no Oriente Médio.
• Conversas entre Ucrânia e Rússia sugerem possibilidade de trégua.
A redução desses riscos diminui a busca por ativos mais seguros, como o dólar, e fortalece moedas emergentes.
O dólar pode cair ainda mais?
Apesar da valorização recente do real, especialistas alertam que o câmbio ainda depende de fatores externos e internos. A trajetória do dólar continuará sendo influenciada pela política econômica dos EUA e pelas decisões do Banco Central brasileiro.
Com informações do G1.