A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou preocupação, nesta terça-feira (28), sobre a suspensão de recursos dos Estados Unidos para programas de combate ao HIV, alertando que isso pode resultar em uma “ameaça global”. A decisão foi tomada após o presidente Donald Trump anunciar, ao assumir o cargo, cortes significativos na ajuda humanitária destinada à OMS.

Foto: Arquivo / Agência Brasil.
A OMS enfatizou que o financiamento atual é crucial para garantir o acesso ao tratamento da Aids em países de baixa e média renda, onde mais de 30 milhões de pessoas dependem desses programas para sobreviver. De acordo com a organização, essa interrupção financeira representa um “retrocesso” na luta contra o HIV e pode resultar em aumento de novas infecções e mortes, retrocedendo décadas de progresso na prevenção e tratamento do vírus.
A OMS pediu que o governo dos Estados Unidos permita isenções adicionais para garantir a continuidade dos cuidados e tratamentos essenciais.
Impacto do PEPFAR e o papel dos EUA
Os Estados Unidos são o maior financiador global na luta contra a Aids, com o PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para a Luta contra HIV/Aids) sendo um dos principais programas. Criado em 2003, o PEPFAR apoia mais de 50 países com serviços de prevenção, tratamento e cuidados para pessoas vivendo com HIV, contribuindo para o controle da pandemia até 2030.
Além de ser o maior doador da OMS, com uma estimativa de doação de US$ 500 milhões, os EUA financiam diversos programas de saúde pública em regiões vulneráveis. Com o possível corte de recursos, esses financiamentos estão em risco, o que preocupa especialistas como o infectologista Julio Croda, da Fiocruz. Os EUA representam cerca de 18% do financiamento da OMS e sustentam 75% do programa da organização para HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, além de contribuir com mais da metade dos recursos destinados ao combate à tuberculose.
Em 2020, o presidente Trump tentou retirar os EUA da OMS, mas a decisão foi revertida por seu sucessor, Joe Biden, em 2021.
Com informações do Bahia Notícias.