Estudo revela que consumo elevado de carne processada aumenta risco de demência e declínio cognitivo

Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Harvard, divulgado na revista Neurology em 15 de janeiro de 2025, indica que o consumo elevado de carne processada, como bacon, linguiça e salsicha, está associado a um risco significativamente maior de desenvolver demência e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer. A pesquisa, que acompanhou 133.771 profissionais de saúde nos Estados Unidos por mais de 40 anos, revelou que dietas com alto consumo de carnes processadas podem acelerar o envelhecimento cognitivo e aumentar o risco de declínio mental.

Foto: Shutterstock.

Durante o estudo, os participantes, com uma média de idade de 49 anos, não apresentavam demência no início da pesquisa. Ao longo dos 43 anos de acompanhamento, todos os participantes registraram regularmente suas dietas, especificando os tipos e as quantidades de alimentos consumidos. Os resultados mostraram que indivíduos que consumiam em média 0,25 porção diária de carne processada (aproximadamente 20g, o equivalente a meia salsicha ou duas fatias de mortadela) tinham 13% mais chances de desenvolver demência em comparação com aqueles que consumiam pouca ou nenhuma carne processada.

Além disso, esses indivíduos apresentaram 14% mais risco de declínio cognitivo subjetivo, uma condição em que surgem queixas sobre a memória e o raciocínio, mas os testes formais de função cognitiva ainda estão dentro dos padrões normais. A pesquisa também mostrou que, para cada porção adicional de carne processada consumida por dia, o envelhecimento cognitivo foi acelerado em até 1,69 anos.

Embora o consumo de carne vermelha também tenha sido analisado no estudo, o impacto desse alimento na saúde cognitiva foi considerado menos significativo. Indivíduos que consumiram uma porção ou mais de carne vermelha por dia apresentaram um risco 16% maior de relatar declínio cognitivo subjetivo em comparação àqueles que consumiram menos de 0,5 porção diária.

Os pesquisadores levaram em conta fatores como idade, histórico de doenças crônicas e estilo de vida dos participantes para interpretar os resultados. O principal autor do estudo, nutricionista Dong Wang, explicou que a carne vermelha é rica em gordura saturada, o que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças como diabetes tipo 2 e doenças cardíacas, que, por sua vez, afetam negativamente a saúde do cérebro.

Apesar das limitações do estudo, como o fato de ser observacional e baseado em autorrelatos, especialistas como o neurologista Marcel Simis reconheceram a importância dos achados. Simis ressaltou que a pesquisa reforça as recomendações de reduzir o consumo de carne vermelha e evitar carnes processadas para proteger a saúde cognitiva e prevenir o risco de demência no envelhecimento.

Com informações do Correio da Bahia.

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