A cidade de Feliz, localizada a aproximadamente 80 km de Porto Alegre, enfrentou mais um desafio com a destruição de uma ponte provisória que havia sido construída após as enchentes de maio de 2024. A estrutura foi arrastada pela força das águas do Rio Caí na última quinta-feira (2), depois de uma intensa chuva que atingiu a região na quarta-feira (1º). O incidente ocorreu menos de três meses após a inauguração da ponte, realizada em outubro do ano passado.

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De acordo com a Prefeitura, o rio subiu rapidamente em um intervalo de dez horas, encobrindo a ponte pela manhã e comprometendo sua estabilidade ao longo do dia. “Às 9h, a ponte foi coberta pelas águas. Às 17h, começou a apresentar sinais de comprometimento e, por volta das 19h, desmoronou completamente”, relatou o Executivo municipal.
Ligação estratégica comprometida
A ponte provisória desempenhava um papel essencial ao conectar o centro de Feliz, município com 13,7 mil habitantes, às localidades de São Roque, Picada Cará e ao município vizinho de Linha Nova. A estrutura era especialmente importante para o transporte de veículos pesados, e sua perda impacta diretamente a mobilidade e a logística da região.
“Sem essa ponte, não temos mais ligação direta entre os dois lados do município para veículos pesados. Isso afeta não apenas a cidade, mas toda a região e, arrisco dizer, até o estado”, afirmou o prefeito Júnior Freiberger (PSD).
Agora, moradores e motoristas precisam recorrer a um desvio por Vale Real ou Bom Princípio, que adiciona cerca de 20 km ao trajeto. Essa mudança gera custos extras e aumenta o tempo de deslocamento, prejudicando tanto a rotina quanto a economia local.
Construção e fragilidade
A ponte provisória, construída com nove contêineres reforçados por estruturas metálicas, foi resultado de uma mobilização conjunta entre a população, a iniciativa privada e o poder público. Apesar de sua concepção robusta, a estrutura não resistiu à força do rio, que atingiu cinco metros de profundidade – dois metros acima do nível considerado normal para a região.
Em maio de 2024, a enchente que destruiu a ponte anterior elevou o Rio Caí a 14 metros, um recorde que deixou marcas profundas na cidade. O prefeito Freiberger destacou que, enquanto o nível das águas não baixar, será impossível avaliar o destino dos contêineres que compunham a ponte. “Precisamos aguardar para saber se foram deslocados, arrastados por alguns metros ou simplesmente afundaram”, explicou.
Impactos sociais e econômicos
Além das dificuldades logísticas, a destruição da ponte tem impactos significativos na vida dos moradores de Feliz e das cidades vizinhas. Produtores rurais e comerciantes da região dependem dessa travessia para o escoamento de mercadorias, e o aumento na distância percorrida eleva os custos de transporte.
“Essa ponte era uma solução temporária, mas essencial para manter a cidade funcionando. Agora, estamos novamente sem uma ligação eficiente, e isso compromete tanto as atividades econômicas quanto a rotina dos moradores”, lamentou Freiberger.
Ponte de Ferro permanece intacta
Embora a ponte provisória tenha sido destruída, a Ponte de Ferro, outra travessia do município, não foi afetada pelas chuvas recentes e segue em funcionamento. No entanto, sua capacidade limitada não atende à demanda de veículos pesados, reforçando a necessidade de uma solução mais robusta e permanente para a região.
A Prefeitura de Feliz agora enfrenta o desafio de buscar alternativas para restabelecer a conexão entre os dois lados do município, enquanto avalia os danos e planeja os próximos passos para superar mais este revés causado pelas intempéries naturais.
Com informações do G1.