Kevelli Barbosa, uma jovem de 22 anos grávida de 38 semanas, morreu junto com o bebê durante o trabalho de parto na maternidade Albert Sabin, em Salvador.

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A família alega negligência médica e aponta que a cesariana, recomendada pelos médicos durante o pré-natal devido à gravidez de risco, foi substituída por um parto normal forçado por mais de 24 horas.
Diagnosticada com hipertensão e com um bebê considerado grande para sua estrutura física, Kevelli deveria realizar o parto cesáreo conforme orientação médica inicial. Ao chegar à maternidade na madrugada de sexta-feira (29), a médica de plantão optou por induzir o parto normal, administrando medicamentos para dilatação a cada quatro horas. Ao todo, foram sete doses ao longo de 28 horas.
Após a queda dos batimentos cardíacos do feto, a equipe decidiu realizar uma cesariana de emergência. No entanto, o bebê nasceu sem vida, com o cordão umbilical enrolado no pescoço, e Kevelli sofreu uma parada cardíaca fatal durante o procedimento.
O marido de Kevelli, Jefferson Conceição Santos, relatou que a jovem estava ansiosa e feliz pela chegada da primeira filha, Laura Valentina. “Ela fez tudo para preparar o melhor para essa criança. Era amada por todos, e isso ficou evidente no enterro, com tantas pessoas presentes”, disse ele emocionado.
Enquanto o corpo de Kevelli foi sepultado no domingo (1º), o bebê passou por perícia no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues e será liberado para sepultamento na segunda-feira.
A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que a equipe hospitalar seguiu os protocolos indicados para o caso e elaborou relatórios para o Sistema de Verificação de Óbito (SVO). Já o IML realizou exames necroscópicos para apurar possíveis falhas no atendimento.
Jefferson, inconformado, prometeu buscar justiça. “Minha esposa sofreu muito antes de morrer. Não ligaram para a dor dela. Vou até o fim para que esse crime não fique impune”, afirmou.
A família registrou boletim de ocorrência e o caso está sob investigação da 13ª Delegacia de Polícia de Cajazeiras. No mês anterior, a maternidade já havia sido denunciada por outro caso de violência obstétrica, envolvendo a morte de um bebê após a mãe ser forçada a realizar parto normal contra recomendação médica.
Com informações do Correio.