O mercado de trabalho brasileiro registrou números históricos no trimestre encerrado em outubro de 2024, com um total de 103,6 milhões de postos de trabalho. Esse recorde foi impulsionado tanto pelo crescimento dos empregos com carteira assinada quanto pelo aumento dos informais. O número de trabalhadores no setor privado com carteira atingiu 39 milhões, o maior valor já registrado desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, em 2012.
Comparado ao trimestre anterior (julho de 2024), o crescimento foi de 1,2%, e na comparação com o mesmo período de 2023, o aumento foi de 3,7%. Já os empregos sem carteira assinada também atingiram um pico histórico, alcançando 14,4 milhões. O crescimento nesse segmento foi ainda mais expressivo: 3,7% em relação ao trimestre anterior e 8,4% em comparação com outubro de 2023.
Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE, aponta que o setor industrial, ao expandir, tem impulsionado os empregos formais, enquanto a construção e os outros serviços têm contribuído para o aumento da informalidade no mercado de trabalho.
A população informal, que inclui tanto os trabalhadores sem carteira assinada quanto aqueles autônomos sem CNPJ, chegou a 40,3 milhões, um aumento de 2,1% em relação ao trimestre anterior. Isso superou o crescimento da população ocupada total, que foi de 1,5%. A taxa de informalidade, representando a proporção de trabalhadores informais em relação ao total de ocupados, ficou em 38,9%, ligeiramente abaixo dos 39,1% registrados no mesmo período do ano passado.
Setores em destaque
Os setores que mais se destacaram na geração de novos postos de trabalho foram a indústria (2,9%), a construção (2,4%) e outros serviços (3,4%). Nenhum setor apresentou queda no número de empregos em relação ao trimestre anterior. Quando comparado ao mesmo período de 2023, a indústria e a construção apresentaram crescimento expressivo, com altas de 5% e 5,1%, respectivamente.
Taxa de desemprego em queda
A taxa de desemprego foi de 6,2% no trimestre encerrado em outubro de 2024, o menor nível desde 2012. Isso representa uma queda em relação aos 6,8% registrados no trimestre anterior e aos 7,6% de outubro de 2023. A população desocupada caiu para 6,8 milhões, o menor número desde dezembro de 2014.
De acordo com Adriana Beringuy, os resultados são consistentes e refletem uma melhoria gradual e sustentada no mercado de trabalho, superando indicadores de 2013 e 2014, considerados os melhores momentos do setor.
Rendimento e subutilização
O rendimento médio real dos trabalhadores foi de R$ 3.255, muito próximo ao recorde de 2020, mas com uma diferença importante: enquanto na pandemia o aumento do rendimento foi causado pela perda de empregos informais, agora o crescimento ocorre juntamente com o aumento da população ocupada. Comparado ao trimestre de outubro de 2023, o rendimento subiu 3,9%, marcando um crescimento contínuo desde 2022.
A população subutilizada, que inclui pessoas que estão à procura de emprego ou poderiam trabalhar mais, caiu para 17,8 milhões, a menor desde maio de 2015. A taxa de subutilização também atingiu 15,4%, a menor desde 2014.
Por fim, a população desalentada, ou seja, aquelas pessoas que gostariam de trabalhar mas não estão buscando emprego por diversos motivos, caiu para 3 milhões, o menor número desde 2016.
Via Agência Brasil