A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre o suposto esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ocorrido durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), e entregou o relatório final ao Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, são indiciados o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), além de outras 30 pessoas.

De acordo com a PF, o então presidente era diretamente beneficiado pelas ações clandestinas e tinha conhecimento do funcionamento da estrutura paralela, com o objetivo de monitorar opositores, influenciar o processo eleitoral e desestabilizar instituições democráticas, como o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A atuação irregular teria sido coordenada por Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, que, segundo os investigadores, estruturou um núcleo de inteligência clandestina dentro do órgão, transformando-o em um braço político do bolsonarismo.
Agentes sob o comando de Ramagem teriam utilizado indevidamente a ferramenta de geolocalização First Mile para rastrear, em tempo real, alvos específicos por meio da conexão com antenas de telefonia móvel.
Carlos Bolsonaro, por sua vez, seria o responsável por utilizar as informações obtidas de maneira ilegal para alimentar ataques virtuais contra adversários e instituições. Conforme as investigações, o vereador também liderava o chamado “gabinete do ódio”, grupo que disseminava desinformação e conteúdo ofensivo nas redes sociais.
As informações foram divulgadas pela coluna da jornalista Mirele Pinheiro, do portal Metrópoles.