Menos de seis horas após anunciar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos de fundos nacionais no exterior, o governo federal revogou a medida, após forte repercussão negativa no mercado financeiro.

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Reação do mercado e decisão do Planalto
A proposta inicial previa uma alíquota de 3,5% sobre aplicações financeiras feitas por fundos brasileiros no exterior, mas a reação do mercado foi imediata e desfavorável. O dólar, que havia caído para R$ 5,59, subiu para R$ 5,66, enquanto a bolsa de valores, que avançava 0,69%, fechou em queda de 0,44%.
Diante da repercussão, ministros da área política do governo, incluindo Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (PT) e Sidônio Palmeira (Comunicação), convocaram uma reunião de emergência no Palácio do Planalto, sem a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Tensão entre Fazenda e Planalto
A revogação expôs mais uma vez a tensão entre a equipe econômica e o núcleo político do governo. Haddad recebeu relatos de interlocutores do mercado alertando que a medida poderia ser interpretada como controle de capitais, o que levou à decisão de reformular o decreto.
Além disso, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que as mudanças haviam sido combinadas com o Banco Central, o que gerou desconforto, já que a instituição é autônoma. Haddad precisou esclarecer publicamente que nenhuma das medidas foi negociada com a autoridade monetária.
Revogação parcial e medidas mantidas
Apesar do recuo, outras mudanças no IOF seguem válidas, como:
- Criação de alíquota de 5% para aportes elevados em planos de previdência complementar (VGBL).
- Aumento do IOF para compras internacionais e remessas ao exterior, que passou de 1,1% para 3,5%.
- Elevação das alíquotas para crédito empresarial, afetando empresas do Simples Nacional.
O governo espera arrecadar R$ 20,5 bilhões adicionais em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026 com o conjunto de medidas tributárias.
Com informações do G1.