O leilão marcado para 15 de abril da área pública localizada na Encosta do Morro Ipiranga, no bairro da Barra, Salvador, está no centro de uma disputa polêmica. Com avaliação de R$ 4,945 milhões pela Prefeitura de Salvador, o terreno de 3.160 m² recebeu 71 pedidos de impugnação, que questionam desde o valor atribuído ao espaço até os impactos ambientais e patrimoniais da venda.

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Críticas ao processo
Entre os impugnadores, o empresário Miguel Sehbe Filho criticou a avaliação técnica da Prefeitura, alegando que o valor não reflete o potencial do terreno, localizado em uma área nobre com vista privilegiada para o mar e proximidade ao Circuito Dodô. Segundo ele, o Valor Geral de Vendas (VGV) do empreendimento na área poderia ultrapassar R$ 200 milhões, enquanto o preço estipulado deveria estar entre R$ 25,5 milhões e R$ 51 milhões.
Além disso, há críticas pela ausência de consulta pública, com opositores afirmando que o espaço, considerado um dos últimos mirantes naturais de Salvador, é um patrimônio pertencente aos cidadãos e possui relevância cultural e ambiental para a cidade.
Reabertura do certame
O leilão, anteriormente cancelado, foi reaberto pela gestão municipal, e o prefeito Bruno Reis já havia anunciado a venda do terreno por R$ 16 milhões. Dados apontam que um dos lotes foi comprado pela empresa EPIC Empreendimentos, especializada em locação de automóveis e serviços de gestão. No entanto, críticos afirmam que a justificativa da Prefeitura, que defendeu que terrenos ociosos geram custos e riscos de invasão, ignora o princípio do interesse público.
A Prefeitura de Salvador ainda não se pronunciou oficialmente sobre os pedidos de impugnação. Especialistas ambientais e adversários políticos continuam criticando a venda, que, para muitos, compromete a preservação e a identidade urbana da região. O desfecho do leilão deve trazer implicações importantes para o futuro da cidade e sua gestão de espaços públicos.
Com informações do Bnews.