Técnica usada para ‘reviver’ lobos-terríveis levanta questões éticas e científicas

A empresa de biotecnologia Colossal Biosciences anunciou ter conseguido recriar o lobo-terrível, espécie extinta há mais de 10 mil anos, utilizando edição genética. No entanto, cientistas, como a geneticista brasileira Mayana Zatz, questionam a finalidade e veracidade desse feito, argumentando que a tecnologia poderia ser melhor utilizada para salvar vidas humanas.

Foto: Colossal Biosciences

O que é a desextinção?

Segundo a Colossal, os três filhotes apresentados foram gerados ao editar genes de lobos-cinzentos modernos, utilizando variantes genéticas obtidas de fósseis. Núcleos editados foram implantados em óvulos desnucleados, resultando em embriões que foram gestados por cadelas mestiças.

Zatz explica que a técnica é similar à usada no xenotransplante — um método de transferência de órgãos entre espécies, que utiliza porcos geneticamente modificados para produzir órgãos compatíveis com humanos. No caso da desextinção, ela pondera: “Por que investir nisso, quando podemos usar a tecnologia para curar doenças humanas?”

Polêmicas científicas e éticas

Especialistas apontam que os lobos apresentados podem ser híbridos, e não verdadeiros lobos-terríveis, devido à degradação natural do DNA antigo. Corey Bradshaw, professor de Ecologia Global, afirma que os animais recriados seriam lobos-cinzentos levemente modificados, e não representantes genuínos da espécie extinta.

Além disso, a desextinção levanta questões éticas sobre o confinamento desses animais e seu impacto no ecossistema atual. “Por que esses lobos foram extintos? Será que havia fatores naturais ou ecológicos que levaram à sua extinção?”, questiona Zatz.

O debate também se estende à ausência de estudos publicados ou revisados por outros cientistas, o que limita a validação do projeto. Enquanto isso, a comunidade científica enfatiza a importância de ponderar os usos práticos e éticos dessas avançadas tecnologias genéticas.

Com informações do G1.

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