Até 1922, ser diagnosticado com diabetes tipo 1 era praticamente uma sentença de morte. Sem tratamento eficaz, a principal “solução” adotada por médicos da época era a “terapia da fome”: um regime de extrema restrição alimentar que buscava eliminar a glicose da urina. O método, no entanto, levava os pacientes — na maioria crianças e adolescentes — à desnutrição severa e, muitas vezes, à morte.

Foto: Thomas Fisher Rare Book Library, University of Toronto
Elizabeth Hughes, filha do político americano Charles Evans Hughes, foi diagnosticada com diabetes aos 11 anos, em 1919. Ela passou por dois anos de dieta extrema sob supervisão do Dr. Frederick Allen, chegando a pesar apenas 20 kg. Sua sobrevivência, porém, coincidiu com um dos momentos mais revolucionários da medicina: a descoberta da insulina.
Em 1922, os pesquisadores canadenses Frederick Banting e Charles Best conseguiram isolar o hormônio e iniciaram os primeiros testes em humanos. A mãe de Elizabeth escreveu para Banting pedindo ajuda, e a menina foi aceita nos testes clínicos em Toronto. Em poucas semanas de tratamento com insulina, Elizabeth voltou a ganhar peso e recuperou a saúde. Em três meses, seu peso dobrou e sua alimentação se normalizou.
Elizabeth se tornou símbolo do sucesso da nova terapia, não apenas por sua recuperação impressionante, mas também por ser filha de uma figura pública — o que deu visibilidade ao tratamento e à importância da insulina.
Ao longo da vida, Elizabeth viveu discretamente com a condição, raramente falando sobre a doença. Formou-se em Columbia, casou-se, teve uma vida ativa na sociedade e faleceu em 1981, aos 73 anos, após receber mais de 42 mil injeções de insulina.
Sua história é um marco na luta contra o diabetes e mostra como estar no lugar certo, na hora certa — e cercada de cuidado — pode significar a diferença entre a vida e a morte.
Com informações do G1.