O Inverno Amazônico, caracterizado por chuvas intensas que ocorrem entre outubro e maio, transformou drasticamente o cenário na região Norte do Brasil. Em menos de seis meses, o rio Madeira, em Porto Velho (RO), passou de seu menor nível histórico de 19 centímetros em outubro de 2024 para 16,67 metros em abril de 2025. Essa mudança brusca já afeta quase 9 mil pessoas, com alagamentos e interrupções em serviços essenciais.

Foto: Rede Amazônica
Oscilações extremas e impactos sociais
Especialistas alertam que as variações no nível dos rios, como as cheias repentinas e secas severas, estão se tornando mais frequentes e intensas. Essas oscilações afetam diretamente as comunidades ribeirinhas, prejudicando a agricultura, a pesca e o acesso a serviços básicos como educação e transporte. No Acre, mais de 31 mil pessoas foram impactadas pela cheia do rio Acre, enquanto no Pará, o transbordamento do rio Xingu levou à declaração de emergência em São Félix do Xingu.
Causas naturais e humanas
O fenômeno é impulsionado pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que intensifica as chuvas na região. Além disso, eventos climáticos como El Niño e La Niña influenciam os níveis de precipitação. A ação humana, como o desmatamento e as queimadas, também contribui para a instabilidade climática, reduzindo a capacidade da floresta de regular o ciclo hidrológico.
Previsões e desafios
Embora o Serviço Geológico do Brasil (SGB) preveja que as cheias deste ano não atingirão marcas históricas, a aceleração do ciclo hidrológico na Amazônia continua a ser uma preocupação. A necessidade de ações preventivas e sustentáveis é urgente para mitigar os impactos ambientais e sociais.
Com informações do G1.