No litoral de São Paulo, uma tragédia recente trouxe à tona o perigo das corridas clandestinas de charretes, uma prática ilegal que combina riscos à vida humana e maus-tratos aos animais. Thalita Hoshino de Souza, ciclista de 38 anos, perdeu a vida após ser atropelada durante um desses rachas, expondo um problema que, apesar de antigo, continua a alarmar as autoridades e a sociedade.

Foto: Divulgação.
Vídeos obtidos em várias regiões do Brasil mostram cenas que mais parecem de outras épocas: cavalos sendo forçados a correr em alta velocidade enquanto são maltratados, enquanto apostadores e espectadores acompanham de perto. No litoral paulista, a areia firme em momentos de maré baixa é o palco dessas disputas, enquanto em rodovias como a Raposo Tavares o risco aumenta ainda mais, com cavalos chegando a cair devido ao desgaste.
O caso de Thalita ocorreu em Itanhaém, onde dois charreteiros, em alta velocidade, atropelaram a ciclista, que pedalava tranquilamente na praia com uma amiga. Segundo relatos, os responsáveis fugiram do local sem prestar socorro. Imagens de segurança mostram a sequência dos eventos, enquanto investigações apontam Rudney Gomes Rodrigues, de 31 anos, como o responsável pelo atropelamento.
As corridas não representam apenas perigo humano. Especialistas alertam para os graves danos sofridos pelos cavalos, que frequentemente enfrentam lesões na coluna, fraturas e outras condições debilitantes. Para alguns, a recuperação é lenta e demanda meses de tratamento, como mostram exemplos atendidos pela ONG Abraço Animal, em São Paulo.
A prática das corridas é totalmente ilegal, e delegados estão apurando os casos, com investigações que incluem identificar apostas e organizadores. Apesar de algumas prefeituras declararem medidas de fiscalização, os flagrantes persistem. A defesa dos acusados levanta controvérsias, enquanto familiares de vítimas, como o marido de Thalita, pedem por justiça e responsabilização.
Enquanto as autoridades tentam frear a prática, a tragédia de Thalita serve como um lembrete doloroso dos perigos dessas corridas e da necessidade urgente de ações mais eficazes para proteger vidas e preservar os direitos dos animais.
Com informações do G1.