A ausência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em uma audiência pública realizada nesta quinta-feira (20) na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) gerou fortes críticas de parlamentares e produtores rurais. A audiência discutiu os serviços da Coelba, concessionária do Grupo Neoenergia, e as falhas na distribuição de energia, principalmente na região oeste da Bahia, onde agricultores enfrentam prejuízos devido à instabilidade no fornecimento de eletricidade.

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A presidente da Alba, deputada Ivana Bastos (PSD), expressou “indignação” com a ausência da ANEEL e anunciou que a Assembleia enviará uma moção de repúdio à agência. Bastos criticou o que considerou falta de comprometimento da ANEEL com a fiscalização da concessionária. Já o deputado Robinson Almeida (PT), autor da proposta da audiência, lamentou a falta de interesse da agência reguladora em garantir a qualidade dos serviços prestados pela Coelba, contribuindo para um sentimento de abandono por parte da população da região.
Embora a Coelba tenha enviado representantes e apresentado um relatório sobre os investimentos feitos no último ano e seus planos futuros, a audiência foi marcada por críticas intensas sobre os prejuízos causados pela má qualidade do fornecimento de energia. Os problemas afetam tanto grandes indústrias quanto pequenos produtores rurais, comprometendo a irrigação e o funcionamento de sistemas de perfuração de poços artesianos.
Almeida enfatizou que, apesar dos avanços na geração de energia no estado, graças às fontes renováveis, a distribuição de energia ainda apresenta grandes ineficiências, principalmente na região oeste. Ele também criticou a renovação da concessão à Neoenergia por mais 30 anos.
Produtores rurais, como João Jacobsen Filho, relataram os danos causados por oscilações e quedas de energia em suas propriedades. Jacobsen, que cultiva milho, soja e algodão, afirmou que os desligamentos de equipamentos têm resultado em queima de motores e bombas, prejudicando a irrigação e afetando diretamente a produção agrícola. Ele pediu uma fiscalização mais rigorosa da ANEEL sobre os serviços da Coelba.
Em resposta às críticas, a Coelba apresentou dados sobre suas ações em 2024, como a instalação de 29 mil postes e a construção de novas subestações, além de planos para ampliar a rede e melhorar o fornecimento de energia na região entre 2025 e 2027.
A audiência também contou com a participação de autoridades como a secretária de Desenvolvimento Urbano do Governo do Estado, Jusmari Oliveira, o deputado federal Zé Neto, representantes do setor produtivo do oeste baiano, e sindicatos locais.
Com informações do Bahia.Ba.